O maior lago artificial dos EUA, o Lake Mead, localizado em meio ao deserto que abrange boa parte dos territórios de Nevada e do Arizona, a apenas 12km da área urbana de Las Vegas, o famoso paraíso dos cassinos na terra do Tio Sam, vem perdendo volume a cada ano. Agora, em níveis alarmantes, achados assustadores podem dar pistas sobre crimes cometidos há muitos anos, especialmente ligados à máfia dos jogos de azar.
Algumas carcaças de automóveis e outros objetos já vêm sendo encontrados na área nos últimos meses, mas um barril metálico, achado no último domingo (1°), assustou autoridades e chamou a atenção da opinião pública norte-americana. Dentro do tonel feito de aço e já corroído pelo tempo e pelas águas do Lake Mead, o Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas encontrou um cadáver. Na verdade, uma ossada, ainda trajada com as roupas do dia do assassinato, que se presume ter ocorrido há quase 40 anos.
O tenente Ray Spencer, que conduz as investigações sobre o caso do macabro barril, disse aos jornais The New York Times e New York Post que em meados dos anos 1980, uma poderosa e violenta máfia operava na cidade de Las Vegas, notadamente ligada aos cassinos e ao tráfico de drogas na rica região. Segundo ele, objetos que estavam junto com a vítima reforçam a tese de que o assassinato teria ocorrido nessa época, embora ele não tenha revelado que itens eram esses que faziam presumir que se trata de um crime tão antigo.
Com um caso complexo e de difícil solução nas mãos, os peritos criminais de Las Vegas tentam extrair de alguma forma fragmentos de DNA da ossada, que não está bem preservada depois de tanto tempo submersa, enquanto os investigadores reviram livros com perfis de pessoas desaparecidas naquela área entre 1980 e 1990.
O Lake Mead esvazia de forma acelerada de três anos para cá, sobretudo depois que a pior seca dos últimos 50 anos se abateu sobre a já muito árida região do Meio-Oeste dos EUA.