Sob o título "Lucrando com a dor", o novo relatório da Oxfam aponta que, durante a pandemia surgiu um novo bilionário a cada 30 horas, ou seja, 573 novos ultrarricos.
A organização afirma que é "urgente" taxar as grandes fortunas do planeta e que os mais pobres estão sofrendo cada vez mais com a inflação. O novo relatório da Oxfam foi divulgado neste domingo (22), mesmo dia em que teve início o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
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O relatório da Oxfam utiliza como base as listas de classificação da revista Forbes de pessoas mais ricas do mundo e dados do Banco Mundial. O relatório não traz a identidade dos novos bilionários, mas afirma que a riqueza total dos bilionários do mundo é agora equivalente a 13,9% do PIB global.
O levantamento da organização também destaca que a fortuna dos bilionários aumentou nos primeiros 24 meses da pandemia mais do que em 23 anos; bilionários dos setores alimentício e de energia viram suas fortunas aumentarem em um bilhão de dólares a cada dois dias.
"Enquanto os bilionários se reúnem em Davos, na Suíça, presencialmente, pela primeira vez em mais de dois, eles têm muito a comemorar. Durante a pandemia da Covid-19, suas montanhas de dinheiro cresceram como nunca, e vertiginosamente. A pandemia - que levou tristeza e problemas para a maior parte da humanidade - foi um dos melhores momentos na história para a classe bilionária", diz o levantamento da Oxfam.
O relatório destaca que:
- Os 10 homens mais ricos do mundo têm mais riqueza do que a combinação de 40% da população mais pobre (equivalente a 3,1 bilhões de pessoas);
- O mundo tem hoje 2.668 bilionários - 573 a mais do em 2020 -, com fortuna total de US$ 12,7 trilhões, ou 13,9% do PIB global (3 vezes maior do que o valor de 2000);
- Um imposto temporário de 90% sobre o lucro excedente das 32 empresas mais lucrativas de 2020 poderia gerar US$ 104 bilhões de recursos;
- Um trabalhador médio que está entre os 50% mais pobres da população mundial teria que trabalhar 112 anos para ganhar o que o topo da pirâmide recebe em apenas 1 anos.
- Os bilionários dos setores alimentício e de energia viram suas fortunas aumentarem em um bilhão de dólares a cada dois dias. Os preços dos alimentos e da energia subiram tanto, que atingiram seu nível amis alto em décadas. Além disso, 62 novos bilionários do setor de alimentos surgiram;
- A combinação entre a crise da Covid-19, o crescimento da desigualdade e o aumento dos preços dos alimentos pode fazer com que até 263 milhões de pessoas estejam na extrema pobreza em 2022, revertendo décadas de progresso. Tal número equivale a um milhão de pessoas a cada 33 horas. Ao mesmo tempo, um novo bilionário surgiu a cada 30 horas.
A íntegra do relatório pode ser conferida aqui.