HOMICÍDIO OU SUICÍDIO?

Morte misteriosa de brasileiro em Portugal após desaparecimento ganha as redes

Douglas Gonçalves foi auxiliar no parto da ex-companheira e depois não foi mais visto. Corpo foi encontrado no Cabo da Roca, ponto mais ocidental da Europa continental, e polícia não dá explicações

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Um caso ocorrido em Portugal, envolvendo um brasileiro e cercado de mistério, se propagou pelas redes sociais de uma semana para cá. O mineiro Douglas Gonçalves de Almeida, de 36 anos, morador de Cascais há mais de quatro anos, foi até o apartamento de uma ex-companheira que estava grávida de um filho dele, dia 9 deste mês, já que ela estava em trabalho de parto. O proprietário de uma mecânica que fica em frente ao edifício onde reside a mulher afirmou que viu o brasileiro entrar no local, mas não o viu sair.

A partir daí, tudo se transforma em incógnita. Almeida nunca mais foi visto e tampouco se comunicou com amigos e familiares. Ele permaneceu desaparecido por uma semana, até que uma ligação para a polícia informou sobre um veículo e um corpo encontrados na estrada que tangencia o Cabo da Roca, o rochedo que é a porção de terra mais ocidental da Europa continental, a 7 km de distância de onde o homem tinha sido visto vivo pela última vez.

Almeida se relacionava com outra mulher havia algum tempo, também brasileira, que desde então tem servido como único ponto de contato entre as autoridades portuguesas e os familiares da vítima, que era natural de Araçuaí, no extremo norte de Minas Gerais. No entanto, a Polícia Judiciária, o órgão lusitano responsável por investigações do tipo, não tem dado muitas informações sobre o caso, limitando-se a dizer que trata o episódio com duas hipóteses: suicídio ou homicídio. Versões de que ele ainda teria sido visto saindo da maternidade para onde a ex-companheira foi encaminhada, levando roupas para o bebê, também circularam nas redes e em jornais aqui do Brasil, ainda que essa informação não tenha sido confirmada pelos agentes que conduzem a investigação em território europeu.

Douglas Gonçalves de Almeida, encontrado morto em Portugal

A imprensa portuguesa revelou nesta terça-feira (17) que o corpo de Almeida estava ao lado veículo dele, um Opel Corsa, estacionado na lateral da rodovia que passa pelo Cabo da Roca. No chão e de bruços, o cadáver apresentava marcas no pescoço que sugerem enforcamento. No entanto, levando em conta a versão apresentada sobre a cena do crime, parece pouco provável que um suicídio desta forma pudesse ter sido cometido naquelas circunstâncias. Os pertences pessoais do mineiro estavam juntos ao corpo.

Familiares a amigos do brasileiro também se mostraram contrariados com a possibilidade analisada pelas autoridades locais que apontaria para um ato de Almeida objetivando tirar a própria vida. Descrito como uma pessoa muito tranquila e sem dar qualquer sinal de que estaria enfrentando depressão, o mineiro também não tinha desavenças com ninguém no país europeu, segundo pessoas que o conheciam.

Com a confirmação da morte, e em meio às cobranças sobre a polícia portuguesa para que o caso seja esclarecido, os familiares tentam agora, por meio de uma vaquinha virtual, juntar recursos para trazer o corpo de Almeida, que trabalhava na construção civil, de volta para o Brasil. O valor estimado para o traslado é de aproximadamente R$ 20 mil e até o momento os responsáveis pela arrecadação só conseguiram R$ 2 mil.