O promotor de Justiça paraguaio Marcelo Pecci, de 45 anos, foi assassinado numa ação cinematográfica em um resort de Baru, próximo da cidade de Cartagena de Índias, na Colômbia, durante sua lua de meu, na manhã de terça-feira (10). Ele era uma das autoridades mais conhecidas e temidas do Paraguai e atuou em casos contra o PCC (Primeiro Comando da Capital), a organização criminosa brasileira que age em vários países, nas investigações sobre a morte da filha de um governador local e nas acusações do caso de Ronaldinho Gaúcho, o ex-jogador que ficou preso na nação vizinha por quase seis meses em 2020, por uso de passaporte falso.
Pecci se casou no sábado (7) com a jornalista Claudia Aguilera e, logo após a cerimônia, segundo autoridades paraguaias, uma picape preta sem placas tentou interceptar o carro onde o promotor estava. A escolta de guarda-costas conseguiu evitar a ação criminosa, fazendo com que os agressores fugissem. No domingo (8), ele viajou para a Colômbia com a esposa e, de acordo com a embaixada colombiana em Assunção, não requisitou proteção para o período que ficaria no exterior.
Sem seguranças e curtindo uma praia particular na península de Baru, no Caribe Colombiano, o promotor foi vítima de uma dupla de sicários que alugou por 30 minutos uma moto aquática numa empresa da região, chegou à costa privada, desembarcou na areia e disparou vários tiros de pistola contra Pecci, que morreu na hora. Sua companheira testemunhou tudo, mas não foi atingida. A ação foi tão rápida que os executores devolveram o veículo à empresa náutica em apenas 16 minutos, sendo filmados pelo sistema de câmaras de segurança da loja na ida e na volta.
O assassinato de Pecci causou grande comoção no Paraguai, com dezenas de figuras públicas, como parlamentares, juízes e outras autoridades políticas atribuindo a execução ao crime organizado que atua no país e a deputados notoriamente ligados ao PCC e outras quadrilhas do narcotráfico locais.
Claudia Aguilera, a viúva do promotor, havia anunciado nas redes sociais um dia antes do assassinato do marido que está grávida. Ela aguardava um voo de regresso ao Paraguai até o início da tarde desta quarta-feira (11), protegida por agentes colombianos. Investigadores paraguaios e dos EUA já estão em Cartagena para auxiliar as autoridades colombianas a elucidar o crime.