O presidente dos EUA, Joe Biden, recebeu esta semana um informe produzido por acadêmicos norte-americanos e brasileiros dando conta de que Jair Bolsonaro deve protagonizar no Brasil um episódio nos moldes da invasão do Capitólio, ocorrida em janeiro de 2020, em Washington, só que em dimensões muito maiores, caso se confirme sua derrota no pleito de outubro. Na ocasião, os seguidores ultrarreacionários de Donald Trump, derrotado na eleição três meses antes, protagonizaram uma tragédia na sede do Legislativo estadunidense na tentativa de manter o republicano no poder na marra, alegando uma fantasiosa fraude. Cinco pessoas morreram.
O documento, ao qual a rede britânica BBC teve acesso, diz que o chefe de Estado de extrema direita sul-americano “está criando condições para um ambiente eleitoral muito instável e, se perder, o mundo deve lembrar o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA e estar preparado para testemunhar uma versão provavelmente mais extrema disso no Brasil”.
O material alertando sobre as pretensões autoritárias de Bolsonaro ressalta que “reminiscente da retórica de Trump em 2020, o presidente brasileiro já disse que pode não aceitar os resultados da eleição de 2022, criando um terreno fértil para desinformação e atos extremistas".
A intenção dos especialistas em relações internacionais é deixar a Casa Branca atenta aos movimentos ditatoriais do amigo de Trump e fazer com que a maior potência do mundo siga monitorando as instituições democráticas do país, extremamente ameaçadas e fragilizadas pela escalada golpista de extrema direita encabeçada por Jair Bolsonaro.