A agência de inspeção das plantas nucleares da Ucrânia confirmou na madrugada desta sexta-feira (4) - horário de Brasília - que tropas russas tomaram o controle da Usina nuclear de Zaporizhzhya, a maior da Europa, após ataque que causou explosões na noite de quinta-feira (3).
Após o bombardeio, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou a Rússia de "terror nuclear" e de querer repetir a tragédia de Chernobyl, maior acidente atômico da História, ocorrido em 1986.
Te podría interesar
"Alertamos o mundo inteiro para o fato de que nenhum outro país, exceto a Rússia, disparou contra usinas nucleares. Esta é a primeira vez em nossa história, a primeira vez na história da humanidade. Este estado terrorista está agora recorrendo ao terror nuclear", disse Zelensky em vídeo nas redes sociais.
O presidente ucraniano ainda afirmou que a Ucrânia tem 15 reatores nucleares e que uma guerra nuclear poderia pôr fim à Europa.
"A Ucrânia tem 15 reatores nucleares. Se houver uma explosão, é o fim de tudo. O fim da Europa. É a evacuação da Europa. Só uma ação europeia imediata pode deter as tropas russas. Devemos evitar que a Europa morra de um desastre nuclear. Centenas de milhares de pessoas sofreram as consequências [de Chernobyl]. Dezenas de milhares foram evacuadas. A Rússia quer repetir isso e está em processo de repeti-lo".
Na manhã desta sexta, a agência russa Sputnik disse que o incêndio na usina de Zaporizhzhya foi controlada.
A Agência Internacional de Energia Atômica confirmou as informações ucranianas em suas redes sociais, garantindo que equipamentos essenciais da usina não foram danificados.
Segundo a Sputnik, o incêndio começou após um confronto entre forças ucranianas e russas perto da fábrico. Depois que militares ucranianos colocaram seus veículos blindados na entrada das instalações. Um dos foguetes atingiu um dos prédios, diz a agência russa.
Após o disparo do foguete, um incêndio começou em um dos edifícios administrativos da usina, que não está conectado de forma alguma à própria usina nuclear.
EUA monitoram a situação
A secretária de Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, disse ter conversado com o ministro de Energia da Ucrânia, German Galushchenko.
Nas redes sociais, ela afirmou que os níveis de radiação no local estão "normais".
"Os reatores da usina estão protegidos por estruturas de contenção robustas e os reatores estão sendo fechados com segurança", afirmou.