A Assembleia Geral da Nações Unidas aprovou nesta quarta-feira (2) uma resolução contra a Rússia por ter invadido a Ucrânia.
O Brasil, que apresentou ressalvas ao texto, votou junto com os EUA e a União Europeia.
Foram 142 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções.
Retirada imediata das tropas
O texto proposto por mais de 100 países exige que a Rússia retire imediatamente as tropas da Ucrânia e que dê início às negociações para um tratado de paz.
Apesar do texto aprovado pela ONU não tem força de lei, ele possui peso político e deve isolar a Rússia diplomaticamente e fazer de Vladimir Putin um pária.
Apenas cinco países votaram contra: Belarus, Eritreia, Coreia do Norte, Rússia e Síria.
Cuba e China, que são adversário políticos dos EUA e aliados da Rússia, se abstiveram.
Todavia, o governo da China declarou nesta quarta-feira que não apoia as sanções contra o sistema financeiro russo e que vai manter as transações econômicas com a Rússia.
O governo do Brasil votou a favor, mas não endossou o texto. O Itamaraty deve pedir a palavra na ONU e defender a diplomacia para solucionar o conflito e se colocar contra as sanções econômicas imposta a Rússia.
Da América Latina, a Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Paraguai, Peru e Uruguai votaram a favor da resolução e endossaram o texto.
Na ONU, Itamaraty vai pedir respeito ao “direito humanitário” para criticar isolamento da Rússia
Apesar do desrespeito contínuo aos Direitos Humanos no Brasil, o governo federal, por meio do Itamaraty, vai clamar pelo respeito ao direito humanitário e de solidariedade ao povo russo para criticar o isolamento ao qual a Rússia está sendo submetida pelas nações da Europa e dos EUA.
O Itamaraty irá pedir a palavra e criticar a política de simplesmente isolar Moscou e insistir em uma negociação diplomática como o melhor caminho para colocar fim à guerra.
China critica sanções e diz que vai manter relações econômicas com a Rússia: "Não tem fundamento legal"
O governo da China declarou nesta quarta-feira (2) que não vai aderir às sanções contra o sistema financeiro russo liderado pelo Ocidente.
"No que diz respeito às sanções financeiras, nós não aprovamos, especialmente as sanções lançadas unilateralmente, porque elas não funcionam bem e não têm fundamento legal", declarou Guo Shuqing, presidente da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China, em entrevista coletiva.
O representante do governo da China também reforçou que a China que irá "manter as trocas econômicas e comerciais normais com as partes relevantes”.
“O impacto das sanções na economia e no setor financeiro da China até agora não é muito significativo. No geral, elas não terão muito impacto na China, mesmo no futuro", disse Guo Shuqing.