O escritor Paulo Coelho, brasileiro que está entre os autores mais conhecidos do mundo, usou as redes sociais, nesta sexta-feira (11), para criticar a russofobia - aversão ao povo russo que vem crescendo, a partir de discurso de parte da Europa e dos Estados Unidos, diante da guerra na Ucrânia.
"A crise na Ucrânia é uma desculpa conveniente para a russofobia", escreveu Coelho em inglês, como de costume, já que boa parte do seu público é de fora do Brasil.
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"Estive em Lvov, Kiev, Odessa, Yalta, Chernobyl (Ucrânia). Atravessei 10.000 km de trem, Moscou a Vladivostok (Rússia) Sim, há uma guerra: mas não culpe as pessoas comuns", prosseguiu o escritor.
Facebook autoriza incitação à violência contra russos
A disseminação da russofobia pelo mundo ocidental ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (10). Segundo reportagem da agência Reuters, a big tech estadunidense Meta liberou o compartilhamento de conteúdos que estimulem a violência contra a população da Rússia no Facebook e no Instagram diante da guerra na Ucrânia.
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"Como resultado da invasão russa da Ucrânia, temporariamente permitimos formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras, como discurso violento como 'morte aos invasores russos'", diz comunicado enviado à Reuters por um porta-voz da Meta. Segundo ele não serão permitidas mensagens de violência contra civis russos, mas um e-mail enviado aos moderadores da plataforma deixa explícita a brecha de incitação à violência e à russofobia.
Nessa mensagem, em que a Meta comunica as mudança nas políticas aos seus moderadores, é explicitamente liberado o discurso de ódio contra soldados russos e a russos, no contexto da invasão. "Estamos emitindo uma permissão para discurso violent que de outra forma seria removido sob a política de Discurso de Ódio quando: (a) atingir soldados russos, EXCETO prisioneiros de guerra, ou (b) atingir russos onde é claro que o contexto é a invasão russa da Ucrânia (por exemplo, o conteúdo menciona a invasão, autodefesa etc.)", diz o e-mail obtido pela Reuters.
"Estamos fazendo isso porque observamos que, neste contexto específico, 'soldados russos' estão sendo usados ??como substitutos para os militares russos. A política de discurso de ódio continua a proibir ataques a russos", diz a plataforma.
A liberação do discurso de ódio na plataforma acontece na Rússia, na Ucrânia e em países do Leste Europeu - Armênia, Azerbaijão, Estônia, Geórgia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia e Eslováquia.
A Rússia baniu o Facebook após a rede social impor restrições a veículos de comunicação russos, como RT e Sputnik.
Diante da guerra na Ucrânia, artistas russos, pratos típicos e até a vodka tem sofrido boicote no exterior, em uma explícita campanha de russofobia.