As falas do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a Rússia e a Ucrânia neste domingo (28) repercutiram de forma positiva no país governado por Vladimir Putin. Veículos de notícias russos apoiadores do líder soviético reproduziram as declarações como se fossem de apoio a Putin.
Diferente de Estados Unidos e Europa, as opiniões de Bolsonaro em coletiva de imprensa ontem não foram condenando a Rússia. Além de falar que é um "exagero" chamar de massacre o cerco que o exército russo fez na capital Kiev, ele afirmou que o Brasil precisa "ter responsabilidade" em termos de negócios com a Rússia, porque depende de fertilizantes.
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"Eu entendo que não há interesse por parte do líder russo de praticar um massacre. Ele está se empenhando em duas regiões do Sul da Ucrânia que, em referendo, mais de 90% da população quis se tornar independente, se aproximando da Rússia. Uma decisão minha pode trazer sérios prejuízos para o Brasil", disse.
Além disso, Bolsonaro deu uma alfinetada em Volodymyr Zelensky, ao dizer que o povo ucraniano "confiou em um comediante". "O comediante que foi eleito presidente da Ucrânia, o povo confiou em um comediante para traçar o destino da nação. Eu vou esperar o relatório da ONU para emitir a minha opinião", afirmou.
Bolsonaro foi manchete em agência de notícias russa
A RIA Novosti, uma das principais agências de notícias da Rússia, estampou a frase de Bolsonaro sobre a Ucrânia ter escolhido um humorista para governar o país em uma das primeiras notícias divulgadas na manhã desta segunda-feira (28) no país.
O veículo lembrou que o presidente brasileiro defendeu a neutralidade em relação ao conflito e destacou a afirmação de que Bolsonaro não votará uma resolução na ONU condenando Putin.
Já o portal de notícias Gazeta.Ru destacou que “Bolsonaro não condena a Rússia por causa da Ucrânia”. O RT, ligado ao Kremlin, enfatizou que “as autoridades brasileiras não apoiarão resoluções anti-russas na ONU”.
Nos países imperialistas, por outro lado, as falas de Bolsonaro repercutiram mal. Veículos da Alemanha e da própria Ucrânia destacaram os posicionamentos do presidente como um possível apoio às ações do governo russo.