Um comentarista da Al Jazeera fez comentários racistas ao falar sobre a fuga de pessoas da Ucrânia. O homem comentava imagens de aglomerações para entrar em um trem que partia para países de fronteira, como a Polônia e Romênia, quando disparou:
“São pessoas prósperas, de classe média, não são refugiados que estão fugindo do Oriente Médio. Eles parecem com qualquer família europeia que mora ao lado de sua casa", disse.
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O professor e advogado Thiago Amparo criticou as falas racistas. "O racismo e a ignorância são tão evidentes. 1. Se você foge da guerra, você é refugiado. 2. Vários refugiados podem ser, e muitos são, de classe média em seu país."
Pelo Twitter, a Al Jazeera pediu desculpas: “Um apresentador da @AJEnglish fez comparações injustas entre ucranianos fugindo da guerra e refugiados da região MENA. Os comentários do apresentador foram insensíveis e irresponsáveis. Pedimos desculpas ao nosso público em todo o mundo e a quebra de profissionalismo está sendo tratada."
Refugiados loiros e de olhos claros têm prioridade
O planeta assiste perplexo a uma cena rara: refugiados loiros de olhos verdes e azuis tentam entrar em países que fazem fronteira com a Ucrânia, como a Polônia e Romênia.
De acordo com vídeo do Africa Facts Zone, africanos são impedidos de embarcar nos ônibus com destino à Polônia, que dão prioridade a cidadãos ucranianos.
Negros para o final da fila
A correspondente da BBC, Stephanie Hegarty, compartilhou relato de uma estudante de medicina nigeriana que está na fronteira entre a Polônia e Ucrânia: "me disse que está esperando há 7 horas para atravessar. Ela diz que os guardas de fronteira estão parando os negros e mandando-os para o final da fila, dizendo que eles têm que deixar os 'ucranianos' atravessarem primeiro”.
A jornalista afirma ainda que as forças polonesas negam a discriminação: "o porta-voz da força de fronteira polonesa me disse que a Polônia está permitindo que qualquer pessoa que chegue à fronteira da Ucrânia entre na Polônia".
Pelo Twitter, a jornalista Nathália Urban, comentarista da TV 247, disse que "as redes sociais estão inundadas de relatos e vídeos de imigrantes africanos na Ucrânia sofrendo discriminação ao tentarem deixar o país", e destacou: "agora estamos vendo as reclamações de brasileiros que enfrentam problemas semelhantes".
Jogadores brasileiros do Zorya - Guilherme Smith, Cristian Fagundes, Juninho, a esposa dele, Vitória Magalhães, e o filho Benjamim, 4 - caminharam quase 10 horas a pé entre Lviv, no oeste do Ucrânia, e a fronteira, mas não conseguiram passar para o território polonês.