O general da reserva Hamilton Mourão, vice-presidente da República, que oficializa em março sua transferência para o Republicanos, defendeu, nesta quinta-feira (24), a soberania da Ucrânia e comparou Vladimir Putin, presidente da Rússia, ao ditador nazista Adolf Hitler.
O conflito teve início na madrugada desta quinta, por determinação de Putin. Os russos atacaram a partir de vários pontos da fronteira.
“A gente tem que olhar sempre a história, que ora se repete como farsa, ora como tragédia. Nesse caso, está se repetindo como tragédia. O mundo ocidental está igual como ficou em 1938 com Hitler: na base do apaziguamento. O Putin não respeita apaziguamento, essa é a realidade”, afirmou, em entrevista ao UOL.
“Então, deve haver uma ação bem significativa e, na minha visão, meras sanções econômicas, uma forma intermediária de intervenção, não funcionam. Tem que haver o uso da força, realmente um apoio à Ucrânia, mais do que está sendo colocado. Essa é a minha visão”, prosseguiu Mourão.
“Se o mundo ocidental, pura e simplesmente, deixar que a Ucrânia caia por terra, o próximo vai ser a Moldávia, depois serão os Estados Bálticos e assim sucessivamente, igual a Alemanha hitlerista fez”, acrescentou.
O general apontou que o Brasil “tem tomado o posicionamento dele dentro da ONU, respeitando os princípios básicos do direito internacional de não intervenção, de assegurar a soberania, mas por enquanto não temos nenhuma outra coisa a fazer, além disso aí. O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia”, completou.
Bolsonaro faz discurso de 20 minutos e não menciona conflito
Alheio ao problema internacional que domina o noticiário de todo o mundo, Jair Bolsonaro (PL) discursou, nesta quinta, por 20 minutos, em um evento em São José do Rio Preto (SP), e não fez nenhuma menção ao episódio. O presidente realizou uma inauguração na cidade e aproveitou para fazer campanha eleitoral.
Pela manhã, Bolsonaro conversou com apoiadores no Palácio da Alvorada, por dez minutos, e também ignorou o conflito Rússia x Ucrânia.
Somente no início da tarde, o Itamaraty emitiu uma nota protocolar, na qual evita condenar o ataque russo. O documento diz que o país “acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Rússia”.