Morreu aos 89 anos, no Hospital Americano de Neuilly-sur-Seine, nos arredores de Paris, o virologista francês Luc Montagnier, um dos principais responsáveis pela descoberta do vírus HIV, em 1983. Ele recebeu o Prêmio Nobel de Medicina, junto com a cientista Françoise Barré-Sinoussi, anos mais tarde, após coordenarem os trabalhos de pesquisa do renomado Instituto Pasteur.
No entanto, um outro cientista, Robert Gallo, dos EUA, havia feito uma descoberta simultaneamente com sua equipe e permaneceu por mais de uma década sendo reconhecido mundialmente como o homem que identificou o vírus causador da Aids. Após debates e análises das pesquisas de Montagnier e Gallo, a comunidade científica internacional definiu oficialmente que os dois deveriam ser reconhecidos pelo feito.
Em 2000 Montagner recebeu o Prêmio Príncipe de Astúrias e só em 2008 foi a vez da glória máxima, ao ser galardoado com o Nobel de Medicina, dividido com Barré-Sinoussi.
Declarações durante a pandemia
Já com idade muito avançada no início da pandemia, em 2020, Luc Montagner deu declarações que causaram um reboliço na comunidade científica. Nobel de Medicina e figura de grande peso no campo da virologia, o francês afirmou que o desenvolvimento de vacinas poderia resultar no surgimento de variantes muito mais agressivas do Sars-COV-2.
Instituições respeitadas de todo o mundo correram para comprovar que as falas de Montagner não tinha qualquer amparo na ciência, ainda que isso tenha gerado um constrangimento por conta do passado e do legado de um homem tão reconhecido entre seus pares.