DEU RUIM

Apoiador de Trump pega pena pesada por atos semelhantes aos de bolsonaristas no Brasil

Caminhoneiro de Delaware planejava sequestro de governadora democrata para fomentar nova guerra civil nos EUA

Barry Croft Jr..Fotografia divulgada pelo Departamento de Justiça de Delaware do condenado Barry Croft Jr.Créditos: Reprodução/Delaware Department of Justice
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O motorista de caminhão do Estado de Delaware, nos Estados Unidos, Barry Croft, de 47 anos e mentor intelectual de milícia de extrema-direita, foi condenado a mais de 19 anos de prisão nesta quarta-feira (28) após fomentar uma nova guerra civil no país e planejar o sequestro de uma governadora democrata em 2020. Ele foi o quarto dos condenados a conhecer a sentença em tribunal federal e há mais cinco do mesmo grupo à espera de julgamento.

O plano de Croft consistia em surpreender a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, durante suas férias para assassiná-la. Os procuradores haviam pedido prisão perpétua, mas o tribunal decidiu por uma sentença de 19 anos e 7 meses de prisão.

O condenado teria viajado diversas vezes para o meio-oeste americano a fim de participar de treinamentos com armas e planejar os crimes. Reeleita neste ano, a possível vitima será empossada em novo mandato no governo de Michigan no próximo domingo (1) – a sentença vem apenas quatro dias antes.

Os promotores consideraram que Croft seria o “mentor intelectual” do bando de fundamentalistas de extrema-direita que tramava contra a governadora. “Ele é o líder espiritual desse grupo, da mesma forma que um xeque do ISIS (Estado Islâmico) pode ser”, afirmou Nils Kessler, o promotor federal do caso.

A sentença põe fim a uma série de processos relacionados a episódios de terrorismo doméstico praticados pela extrema-direita do país. O caso de Croft e seu grupo foi visto pela opinião pública dos EUA como um alerta em relação ao tema, sobretudo após a derrota de Donald Trump nas últimas eleições presidenciais.

Em outubro passado, outros três membros do grupo de Croft foram condenados a penas que variam de 7 a 20 anos de prisão e outros cinco ainda aguardam julgamento.

No Brasil

Um cenário parecido é visto no Brasil, em especial após a derrota do aliado de Trump, Jair Bolsonaro (PL), na últimas eleições. Desde então apoiadores do futuro ex-presidente ocuparam rodovias, entraram em confronto com autoridades e recentemente um grupo radicalizado foi pego em plena execução de plano terrorista para instalar um estado de sítio que permitisse a permanência de Bolsonaro no poder.

Nesta data vemos um enorme esforço das forças de seguranças e do futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em garantir que não haja bombas caseiras ou tiroteios partindo de apoiadores do atual presidente na posse de Lula, marcada para o próximo domingo (1).

*Com informações do Estadão