Em longa entrevista ao site espanhol ABC - replicado pelo site oficial do Vaticano -, o Papa Francisco falou abertamente sobre o processo de lawfare contra Lula (PT) no Brasil e classificou como "gravíssima" as perseguições judiciais a líderes políticos e sociais baseadas em fake news criadas pela mídia.
Indagado sobre o que achava do caso de Lula, que foi eleito presidente no Brasil após ser julgado e preso, o papa respondeu prontamente.
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"É um caso paradigmático. O processo de julgamento começou com notícias falsas na mídia, "fake news", que criaram uma atmosfera que influenciou em seu julgamento. O problema das 'notícias falsas' sobre líderes políticos e sociais é gravíssimo. Eles podem destruir uma pessoa", disse Francisco.
Na sequência, os jornalistas Julián Quirós e Javier Martínez-Brocal falaram que Lula "passou 580 dias na prisão e foi impedido de concorrer às eleições presidenciais de 2018" e que "em 2021, o Supremo Tribunal Federal revogou todas as sentenças contra ele porque os que o julgavam não tinham competência para tal".
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Francisco, então, emendou: "Não sei como acabou. Não dá a impressão de que foi um julgamento decente. E a esse respeito, é preciso cuidado com aqueles que criam o clima para qualquer processo. Fazem-no através de colunistas da mídia de forma a influenciar quem tem que julgar e decidir. Um julgamento deve ser o mais limpo possível, com tribunais de primeira classe que não tenham outro interesse senão fazer Justiça de forma limpa. Esse caso no Brasil é histórico. Não trato de política. Estou contando o que aconteceu".
Neste sábado (17), Lula desejou os parabéns ao "amigo" Francisco, que completou 86 anos.
"Desejo muita saúde ao amigo Papa Francisco, que hoje completa 86 anos. Um exemplo de vida, solidariedade e dedicação no combate à fome e desigualdade. Que suas palavras sigam nos inspirando na busca por um mundo mais fraterno, de amor e paz", escreveu o presidente diplomado brasileiro.