A passagem do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Conferência para o Clima da ONU, a COP27, segue repercutindo positivamente entre líderes mundiais. Nesta quinta-feira (17), o presidente da França, Emmanuel Macron, foi às redes sociais para dizer que "o Brasil está de volta", repetindo a frase dita pelo próprio Lula no Egito.
O mandatário europeu, em sua mensagem, ainda declarou apoio à ideia anunciada por Lula de fazer uma edição da COP no Brasil e em um estado da Amazônia.
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"O Brasil está de volta a uma estratégia amazônica! Apoio a iniciativa do Presidente Lula para uma COP na Amazônia. Nós precisamos. A França também continuará a engajar-se", escreveu Macron. Lula, por sua vez, respondeu à mensagem em francês: "Merci monsieur le président" (em português, "obrigado, senhor presidente").
COP no Brasil?
O discurso de Lula na COP27, enaltecido por veículos de imprensa de todo o mundo, contou com alguns anúncios. Além de abrir à comunidade internacional sua promessa de criar o Ministério dos Povos Originários, a ser comandando por uma pessoa indígena, o presidente eleito informou que pleiteará, junto à ONU, para que o Brasil seja a sede da COP30, em 2025, reforçando que, caso a proposta seja aceita, o evento deverá ocorrer em um estado amazônico.
Para o professor Rodrigo Gallo, coordenador do curso de Relações Internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), "pedir para que a COP25 seja sediada na Amazônia é, também, um modo de mostrar que voltamos a ser um país preocupado com o meio ambiente em nível mundial". "Creio que, considerando o histórico do Brasil, essa possibilidade é real", diz.
O ambientalista Marcos Sorrentino considera, por sua vez, "excelente" a possibilidade do Brasil sediar uma COP. Ele anunciou, inclusive, que após o discurso de Lula o Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA) recebeu da Associação Portuguesa de Educação Ambiental a proposta para fazer, antes de 2025, na Amazônia brasileira, o VIII Congresso Lusófono de Educação Ambiental, reunindo os países de língua portuguesa e a Galícia.
"Certamente a oferta do presidente para sediar a COP30 expressa uma outra realidade no Brasil, que recupera em patamar superior o compromisso do Brasil com o campo ambiental", avalia.
Já Diego Azzi, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), afirma que "a candidatura do Brasil para a COP30 se enquadra nessa volta da disposição da diplomacia brasileira em cooperar com a construção de soluções multilaterais. Tem seu simbolismo ainda maior pelo fato de Bolsonaro ter recusado sediar a COP no Brasil durante seu governo e por Lula ter proposto um estado amazônico como sede".