A revista britânica Nature, uma das publicações científicas mais respeitadas do mundo, divulgou em seu site um editorial, nesta terça-feira (25), em que sai em defesa de uma vitória de Lula (PT) contra Jair Bolsonaro (PL) nas eleições brasileiras.
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O título do texto é uma antítese ao fatídico editorial do jornal O Estado de S. Paulo publicado às vésperas da eleição de 2018, cuja chamada era "Uma escolha muito difícil", quando o pleito era entre Fernando Haddad (PT) e o atual presidente. "Há apenas uma escolha na eleição do Brasil – para o país e o mundo", diz a chamada da Nature.
Segundo a revista científica, "um segundo mandato para Jair Bolsonaro representaria uma ameaça à ciência, à democracia e ao meio ambiente".
O texto começa com um lembrete de que a revista, em 2018, já havia alertado que uma vitória de Bolsonaro seria "ruim" para a pesquisa e o meio ambiente. Na sequência, o editorial descreve o atual presidente brasileiro como um ex-capitão do Exército que "assumiu o cargo negando a ciência, ameaçando os direitos dos povos indígenas, promovendo armas como solução para preocupações de segurança" e que seu mandato foi "desastroso".
A revista diz que, sob o governo Bolsonaro, "o meio ambiente foi devastado", trazendo dados sobre o desmatamento na Amazônia, e o compara a Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, ao rememorar a péssima gestão da pandemia do coronavírus. A comparação entre os dois também se dá devido às ameaças que o presidente brasileiro faz à democracia e às instituições, tal como fazia o ex-mandatário dos EUA
Essa apresentação de Bolsonaro é feita pela Nature como forma de dizer que o Brasil de hoje "contrasta" com aquele governado por Lula, "quando o Partido dos Trabalhadores fez grandes investimentos em ciência e inovação, fortes proteções ambientais estavam em vigor e oportunidades educacionais foram ampliadas".
"Além disso, graças em parte a um sistema maciço de transferência de dinheiro para os pobres, chamado Bolsa Família, as pessoas de baixa renda viram ganhos em riqueza e oportunidades", prossegue.
"Ao contrário de Bolsonaro, Lula não procurou lutar contra pesquisadores. Ele prometeu alcançar o desmatamento 'zero líquido' e proteger as terras indígenas se eleito", emenda ainda o editorial.
Ao final, a Nature sentencia: "os eleitores do Brasil têm uma oportunidade valiosa para começar a reconstruir o que Bolsonaro derrubou. Se Bolsonaro for presidente por mais quatro anos, o dano pode ser irreparável".
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