Políticos dos EUA e Europa pedem investigação sobre a JBS por desmatamento

Parlamentares querem que os governos de seus países investiguem "o dano que a companhia tem causado na floresta Amazônica"

Foto: JBS/Divulgação
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Parlamentares dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia querem que a Justiça e as agências de segurança de seus governos investiguem a empresa brasileira JBS por suas práticas comerciais e fazendas envolvidas no desmatamento da Amazônia.

No comunicado divulgado nesta terça-feira (4), os políticos falam que têm "observado com preocupação crescente as problemáticas práticas de negócio da companhia brasileira JBS, de sua matriz, a J&F Investimentos, e de suas subsidiárias".

"Estamos unidos em pedir à Justiça e às agências de segurança de nossos respectivos governos que conduzam investigações coordenadas sobre as práticas de negócios da JBS, de modo a garantir que a companhia seja forçada a operar sob as normas financeiras e ambientais exigidas de todos os negócios. Também encorajamos nossos governos a escrutinar as práticas anticompetitivas da JBS e avaliar se os abusos da companhia podem danificar as cadeias de produção de comida de forma permanente", pedem os parlamentares.

O pedido foi feito pelo democrata Bob Menendez, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos EUA, o conservador Ian Liddell-Grainger, membro do Parlamento Britânico, e o alemão Norbert Lins, presidente da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu (braço legislativo da União Europeia).

No texto, os parlamentares demonstram preocupação pelo "incômodo histórico ambiental da JBS na América do Sul e com o dano que a companhia tem causado na floresta Amazônica, por obter gado de fazendas que contribuem para o desmatamento".

Além disso, pontuam os casos de corrupção em que a empresa está envolvida, como mais de 1.500 casos de propina no Brasil e violações para fixar preços. "A companhia também assumiu a culpa por violar a lei americana sobre corrupção estrangeira, e ainda tem de pagar bilhões de dólares em multas criminais", prossegue o documento.

Os políticos apontam, ainda, que Wesley e Joesley Batista permanecem como acionistas majoritários da empresa, apesar de terem sido alvo de vários processos. Os dois, no entanto, não estão em postos oficiais de comando. Procurada pela Revista Fórum, a JBS disse que não vai comentar o assunto.