Novo relatório da Oxfam elaborado com dados compilados pela Forbes divulgado neste domingo (16), aponta que a riqueza total dos bilionários do mundo saltou durante a pandemia de US$ 8,6 trilhões (cerca de R$ 48 trilhões) em março de 2020 para US$ 13,8 trilhões (cerca de R$ 76 trilhões) em novembro de 2021. O aumento é 60% maior do que nos 14 anos anteriores combinados.
Os 10 homens mais ricos do mundo viram sua riqueza coletiva mais que dobrar, ganhando US$ 1,3 bilhão por dia (cerca de R$ 7 bilhões). Movimento aumentou a desigualdade econômica à medida que a pandemia empurrou milhões de pessoas em todo o mundo para a pobreza.
Na lista dos milionários contemplados estão Elon Musk, da montadora Tesla, de carros elétricos; Jeff Bezos, da gigante do varejo Amazon; Bernard Arnault & família, um dos controladores do grupo LVMH, com 75 marcas; Bill Gates, da Microsoft; Larry Ellison, da Oracle; Larry Page e Sergey Brin, ambos do Google; Mark Zuckerberg, do Facebook; Steve Ballmer, também da Microsoft; e o megainvestidor Warren Buffet.
O relatório foi divulgado antes do Fórum Econômico Mundial, que acontecerá esta semana de forma online após ser adiada devido à ômicron.
Tributar super-ricos
A Oxfam afirma que os governos devem tributar os ganhos obtidos pelos super-ricos durante a pandemia e usar o dinheiro para financiar sistemas de saúde, pagar por vacinas, combater a discriminação e enfrentar a crise climática.
A desigualdade de renda contribuiu para a morte de uma pessoa a cada quatro segundos, e estima-se que 17 milhões de pessoas morreram de covid-19 no mundo, uma escalada de mortes que não era vista desde a Segunda Guerra Mundial.
No Brasil
No Brasil a situação não é diferente. A Oxfam calcula haver atualmente 55 bilionários, com uma riqueza total de US$ 176 bilhões. Desde março de 2020, o país ganhou dez novos bilionários. A riqueza deles cresceu 30% na pandemia, o equivalente a US$ 39,6 bilhões. Os 20 maiores bilionários do país têm mais riqueza (US$ 121 bilhões) do que 128 milhões de brasileiros (cerca de 60% da população).
A Oxfam afirma que a miséria e a fome explodiram no Brasil durante a pandemia. Em dezembro de 2020, 55% da população brasileira se encontravam em situação de insegurança alimentar, o equivalente a 116,8 milhões de pessoas, e 9% se encontravam em situação de fome, ou 19,1 milhões de pessoas. Trata-se de um retrocesso a patamares de 2004.
A entidade aponta que a fome afeta mais as mulheres e pessoas negras no país. De acordo com a ONG, 11,1% dos lares chefiados por mulheres e 10,7% dos chefiados por pessoas negras estavam passando fome no fim de 2020, frente a 7,7% dos lares chefiados por homens e 7,5% dos lares liderados por pessoas brancas.
Com informações da CNN Brasil e do Globo