O jornal britânico The Guardian publicou uma matéria especial neste domingo (5) sobre os atos golpistas preparados por Jair Bolsonaro e por seus seguidores fanáticos, que devem ocorrer no feriado da Independência, em 7 de setembro, e deu destaque especial para as bizarrices proferidas pelos fiéis defensores do presidente. Já na chamada, o diário salienta que ele é visto como um “enviado de Deus” por parte de seus admiradores. O medo de uma escalada de violência também é ressaltado no texto, logo no título.
Correspondentes do Guardian foram a Sinop (MT), a cidade “onde quase 80% dos eleitores votaram no líder ultraconservador na eleição de 2018”. Lá, um homem chamado Marcos Watanabe, que se apresenta como líder de uma “associação conservadora”, usando uma camiseta com a foto de Bolsonaro, diz ao repórter que ele é admirado “porque é um presidente do povo”.
Um outro seguidor, segundo o jornal ainda mais fanático, é Ilson José Redivo, presidente de um sindicato de agricultores de Sinop. Apelando para um discurso moralista e vazio, o bolsonarista mandou colocar uma placa enorme na frente da entidade que representa, onde se lê “Acreditamos em Deus e valorizamos a família. Estamos com Bolsonaro”. Em certo ponto do texto, a expressão “cidadão de bem”, um clássico da demagogia bolsonarista, é usada pelo entrevistado.
Redivo diz ainda que está “indignado com o que estão fazendo com o presidente” e que “é impossível imaginar como pessoas podem denegrir a imagem do próprio país em que vivem”, além do fato de que “elas não são patriotas e nem um pouco brasileiras”. Para o agricultor, o STF e o Congresso estariam “atrapalhando a cruzada patriótica do presidente, que quer libertar o país das mãos dos corruptos e ladrões esquerdistas”, embora não fale sequer uma palavra sobre os inúmeros escândalos de corrupção envolvendo Bolsonaro, seus filhos e aliados do governo.
Na longa matéria é possível notar que os repórteres do Guardian retratam de forma ridicularizada e primitiva os argumentos vergonhosos dos bolsonaristas ouvidos. Figuras sérias do meio político e acadêmico também foram consultadas pelos britânicos, que deixam claro na publicação que a intenção do presidente brasileiro ultrarreacionário é tentar projetar uma falsa sensação de força, justamente no momento em que ele está mais fraco desde sua posse, em 2019.
A reportagem destaca ainda que o ex-presidente Lula está na ‘pole position’ na corrida eleitoral do ano que vem, muito à frente de Bolsonaro, o que tem deixado o atual presidente e seus fanáticos súditos ainda mais ferozes.
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