Reportagem atualizada às 27/09, às 7h24, com dados da recontagem de votos
Por pouco tempo, a Islândia chegou a ser o primeiro país na história da Europa a ter mais mulheres do que homens no parlamento nacional.
Neste domingo (26), a imprensa islandesa chegou a divulgar dados de que as mulheres ocupariam 33 dos 63 assentos do Althingi, a câmara de representantes local, após uma inusitada coalizão política entre legendas de direita e de esquerda.
No entanto, uma recontagem dos votos atribuiu a elas menos de 50% do plenário.
Das 63 cadeiras do milenar Parlamento islandês, chamado Althingi, 30 serão ocupadas por mulheres contra 33 antes da recontagem. Mesmo assim, esta proporção representa um recorde na Europa. Até agora, a Suécia ocupava o primeiro lugar, com 47% de deputadas, seguida pela Finlândia com 46%, de acordo com dados compilados pelo Banco Mundial.
Após esta nova recontagem, que modificou os resultados em uma das seis circunscrições do país, devido ao complexo sistema eleitoral islandês, três mulheres perderam os assentos que tinham conquistado em um primeiro momento, explicou Ingi Tryggvason, presidente da Comissão Eleitoral local.
"Estes poucos votos de diferença causaram essa grande confusão", constatou. Ninguém pediu, mas "decidimos fazer a recontagem porque o resultado era muito apertado", acrescentou o encarregado eleitoral da circunscrição do noroeste do país.
Antes da reviravolta nos resultados, autoridades e cidadãos manifestaram sua satisfação, ao ver que a pequena ilha da Islândia, com 370 mil habitantes, entrava para a história da política europeia. Nenhum país da Europa superou a marca simbólica de 50% de mulheres no Parlamento.
Apenas três países do mundo têm um índice maior de presença feminina em seus legislativos: Ruanda, Cuba e Nicarágua. Por lei, México e Emirados Árabes Unidos mantém uma proporção de 50% para cada gênero.
A Islândia é governada atualmente por uma mulher, a primeira-ministra Katrín Jakobsdóttir, ainda que ela não tenha sido a primeira a ocupar o cargo. Tal feito foi realizado por Jóhanna Sigurðardóttir, que ficou à frente do Executivo do pequeno país de 2009 a 2013.