O embaixador brasileiro na Organização das Nações Unidas (ONU), Tovar da Silva Nunes, reagiu às críticas da alta comissária para os Direitos Humanos da entidade internacional, Michelle Bachelet, que na tarde de terça-feira (13) afirmou que o país está na lista das 40 nações em que o tema é mais preocupante, direcionando suas palavras especialmente para a condição dos povos indígenas.
“Os direitos dos povos indígenas são elementos fundamentais da nossa ordem constitucional”, disse o representante do Itamaraty na ONU, afirmando ainda que o Brasil é “favorável a um diálogo construtivo e equilibrado”.
Como argumento, Tovar explicou que, apenas este ano, seis operações realizadas pela Polícia Federal e por outros órgãos governamentais tiveram como alvo o combate a atividades ilegais e criminosas nos territórios indígenas ocupados pelos povos ianomâmis e mundukuru. O comentário citou justamente os dois povos originários mencionados por Michelle Bachelet em sua intervenção.
O diplomata brasileiro afirmou ainda que “valer também lembrar que, desde julho de 2019, com o Decreto 9.937, nosso Programa Nacional Para a Proteção dos Defensores dos Direitos Humanos foi ainda mais reforçado e ampliado para incluir especificamente ambientalistas e comunicadores”, uma versão sobre os fatos totalmente desconectada da realidade, já que a perseguição e a violência contra esses agentes, assim como aos indígenas dessas terras, têm crescido de forma exponencial no governo de Jair Bolsonaro, que adota um discurso de desrespeito às demarcações previstas em lei.