Bolívia: Evo Morales cria Estado-Maior do Povo para defender democracia

Movimentos sociais, sindicais e indígenas compõem organismo criado esta semana

Evo Morales | Foto: Reprodução/Twitter
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Evo Morales, ex-presidente da Bolívia e líder do partido Movimento Ao Socialismo (MAS), anunciou na segunda-feira (31) a criação de um Estado Maior do Povo conformado por movimentos sociais, sindicais e indígenas. A medida tem como objetivo defender a democracia e o governo do presidente Luis Arce (MAS).

"Organizações nacionais filiadas e não filiadas à Central Operária Boliviana (COB), reunidas hoje em Cochabamba adotamos resoluções importantes em defesa da democracia, do nosso governo e da revolução democrática e cultural", anunciou o ex-líder sindical no Twitter.

Segundo Evo Morales, as organizações sociais, sindicais e indígenas decidiram criar o "Estado-Maior do Povo para o povo como um espaço de defesa da soberania e dignidade de nossa revolução democrática e cultural". O Estado-Maior anunciado por Evo Morales substitui a Coordenação Nacional pela Mudança (Conalcam), instância que foi dissolvida pela ex-ditadora Jeanine Áñez em 2019.

Além disso, os movimentos se declararam em "estado de emergência e mobilização permanente a nível regional, departamental e nacional" em defesa da democracia.

"Proteger a gestão governamental de nosso presidente constitucional, Lucho Arce, e vice-presidente, David Choquehuanca, diante das tentativas de desestabilizar a direita nacional e internacional. Unidade, revolução e democracia!", prometeu Morales.

Informe sobre o golpe na Bolívia

A mobilização acontece em meio às novas tentativas de desestabilização da direita boliviana e à apresentação de informe detalha abusos cometidos com golpe em 2019.

O relatório do Grupo Interdisciplinar de Investigadores Independentes (GIEI), ligado à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), explicita as violações de direitos humanos que foram cometidos naquele ano – incluindo três massacres com 37 mortes, Sacaba, Senkata e El Pedregal -, além de destacar o papel das Forças Armadas e da Polícia Nacional na desestabilização e reconhecer que a alçada de Áñez ao poder não foi constitucional.

Entre os abusos relatados estão: massacres, torturas, perseguições, detenções ilegais, violência racista, violência sexual, violência de gênero, violência obstétrica, humilhações, discriminação em atendimento médico, violação da presunção da inocência, violação do direitos de profissionais de imprensa.

Com informações da Sputnik News e do Los Tiempos

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