Um pesquisador do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, alertou a comunidade científica nesta segunda-feira (23) para a possibilidade de que uma nova variante do coronavírus, detectada recentemente e batizada de Covid-22, venha a ser muito mais letal que as variantes que já circularam até agora no mundo.
Em entrevista ao jornal alemão Blick, o imunologista Sai Reddy informou que a nova cepa, a Covid-22, diferentemente de versões como a sul-africana Beta e a brasileira Gama, que conseguiram “burlar” apenas alguns anticorpos das vacinas, poderia passar incólume pelos atuais imunizantes e com a velocidade de disseminação da Delta, que é muito mais contagiosa, ainda que não seja mais letal. No caso da Covid-22, a mortalidade seria muito superior às variantes atuais.
“É muito provável que surja uma nova variante e que não possamos mais contar apenas com as vacinas”, disse o pesquisador do órgão suíço.
No entanto, outros cientistas afirmam que isso seria só uma possibilidade de alteração na estrutura infectante do Sars-Cov-2, o vírus que provoca a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Covid-19), não havendo qualquer evidência que mostre que tal mutação já esteja ocorrendo e seja uma ameaça iminente.
Reddy advertiu também para a capacidade da variedade Delta em se espalhar, uma vez que pesquisas recentes têm mostrado que ela vem municiada de uma carga viral cada vez mais elevada. Tal mudança poderia fazer com que as pessoas se tornassem “super espalhadores” do vírus, segundo suas análises.
O alerta sobre a capacidade viral da Delta é voltado especificamente para crianças abaixo de 12 anos, que pelo fato de não poderem se vacinar, teriam um papel marcante na difusão da doença, ou até mesmo serem vítimas dela.