Um relatório produzido por militares e geólogos dos EUA em 2010 voltou a ser alvo de atenção nos últimos dias. São levantamentos que mostram uma gigantesca fortuna em minerais ainda não explorados debaixo da terra no Afeganistão, avaliada em aproximadamente US$ 1 trilhão.
Segundo especialistas, o território agora dominado pelo grupo fundamentalista islâmico Talibã é um dos mais ricos do mundo em ouro, cobre e ferro, minerais essenciais para a indústria e economia mundiais, sem falar no lítio, supervalorizado nas últimas décadas por seu emprego na produção de baterias de longa duração e considerado escasso.
Analistas internacionais são unânimes em dizer que países vizinhos do Afeganistão, como China, Índia e Paquistão estão de olho no tesouro, e que talvez por isso vêm tomando posições mais moderadas em relação a repudiar a volta do Talibã ao poder após 20 anos.
Para o Banco Mundial, que classifica a população afegã como extremamente pobre, em sua grande parte (90%) vivendo com menos de dois dólares por dia, a nação asiática não deslancha no cenário econômico, mesmo com tantas riquezas, devido aos vários problemas que apresenta há várias décadas.
“O desenvolvimento e a diversidade do setor privado são limitados pela insegurança, instabilidade política, infraestruturas inadequadas, corrupção generalizada e um ambiente complexo para negócios”, afirma um relatório de março deste ano, publicado pelo Banco Mundial.
Numa entrevista para rede de TV norte-americana CNN, o investigador Rod Schoonover, que é fundador do Ecological Futures Group, afirmou que a cobiça por parte dos vizinhos já existia antes do retorno dos radicais islâmicos ao poder em Cabul, mas que agora isso deve se intensificar, ainda que o empresário acredite que negociar esses minerais não esteja entre as prioridades para o Talibã.
“A China, Paquistão e Índia estão de olho nestes minérios. No entanto é pouco provável que os talibãs estejam disponíveis para negociar com o estrangeiro”, opiniou Schoonover.