Representantes do governo do presidente Nicolás Maduro e da oposição da Venezuela iniciaram uma nova mesa de diálogo nesta sexta-feira (13), na Cidade do México. As negociações estão sendo mediadas pela Noruega e se espera a assinatura de um acordo ao fim dos encontros.
O chanceler do México, Marcelo Ebrard, deu boas-vindas às delegações e celebrou o diálogo nesta sexta. "Dou as boas-vindas do México às delegações que participarão do processo de negociação e diálogo e da assinatura do memorando de entendimento da Venezuela. Damos as boas-vindas a você com todo o apreço e gratidão", tuitou.
Primeiro encontro
A primeira reunião foi iniciada na noite desta sexta, às 20h (Brasília), no Museu de Antropologia, e está sendo transmitida pela chancelaria mexicana. Além da Noruega e do país sede, França, Argentina, Holanda e Rússia também acompanham as negociações.
Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional e um dos principais líderes do partido chavista PSUV, é o coordenador da comitiva governista e está sentado à mesa no museu. Gerardo Blyde é o representante da oposição nessa atividade. Ebrard e Dag Nylander, diplomata norueguês, também tem cadeiras.
Comitivas
"É muito auspicioso que, com o apoio da Noruega, comece aqui no México os diálogos de paz entre o governo bolivariano e os setores da oposição", disse Rodríguez logo que chegou no país. Integra também o grupo chavista os deputados Francisco Torrealba (PSUV) e Nicolás Guerra (PSUV), filho de Maduro.
A delegação oposicionista reúne o setor da oposição mais radical, o chamado G4 - Ação Democrática, Um Novo Tempo, Vontade Popular (de Juan Guaidó e Leopoldo López) e Primeiro Justiça (de Henrique Caprilles). O VP, inclusive, indicou o Carlos Vecchio, representante de Guaidó nos Estados Unidos, como membro da delegação. Isso incomodou chavistas.
Além dele e de Blyde, participam Stalin González, Luis Aquiles Moreno (AD), Tomás Guanipa (PJ), Luis E. Rondón (UNT), Roberto Enríquez (Copei), Mariela Magallanes (LCR) e Claudia Nikken.
Demandas do governo e da oposição
Com uma oposição enfraquecida, o governo Maduro pretende distensionar as relações e abrir caminho para um levantamento dos embargos dos Estados Unidos, apesar dele dizer que não pretende se submeter a "chantagens" de Washington. Em discurso feito na quinta-feira (12), o mandatário disse que busca "soluções soberanas entre venezuelanos".
Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, disse ao portal Monitoreamos que espera do governo Maduro "um caminho para flexibilizar as sanções".
O governo quer ainda reconhecimento formal de países da Europa e o fim do uso da violência pela oposição, segundo informa o portal El Universal. A principal demanda da oposição diz respeito ao processo eleitoral, em especial à participação no Conselho Nacional Eleitoral.
México sede do encontro
O anúncio de que o México sediaria a etapa final das negociações que vinham sendo conduzidas pela Noruega foi feiro no início do mês. "Buscamos que haja diálogo e acordos entre as partes. Esperamos que um acordo seja alcançado", declarou o presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO), em 5 de agosto. AMLO tem buscado se impor como líder regional.
Essa é a primeira mesa de diálogo entre governo e oposição desde o fim das negociações mediadas pela República Dominicana, em 2018, sem sucesso.
Com informações de El Universal, Panampost, TeleSur, EuropaPress
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