Professora indígena é eleita presidenta da Assembleia Constituinte do Chile

A deputada Elisa Loncón será a responsável por conduzir os trabalhos do órgão que vai enterrar a Constituição da ditadura de Augusto Pinochet

Elisa Loncón | Reprodução/Instagram
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A professora mapuche Elisa Loncón foi eleita neste domingo (4) como presidenta da Assembleia Constituinte do Chile e será a responsável por conduzir os trabalhos da entidade responsável por enterrar a constituição da ditadura do general Augusto Pinochet.

Loncón foi eleita no pleito de 14 e 15 de maio como uma das ocupantes das 17 cadeiras reservadas aos povos indígenas na assembleia - sendo 7 apenas para os mapuche. No total, foram eleitos 155 parlamentares. Na ocasião, partidos de esquerda e movimentos independentes conquistaram ampla maioria das cadeiras, deixando a direita tradicional reduzida a menos de um terço das vagas.

Neste domingo, a professora obteve 96 votos e foi consagrada como presidenta da Assembleia neste domingo, dia em que os trabalhos da entidade foram oficialmente abertos.

O apoio massivo a Loncón veio após nenhum candidato obter maioria em primeira votação. No momento inicial, a congressista conquistou 58 apoios, enquanto o direitista Harry Jürgensen alcançou 36, e Isabel Godoy, ativista do povo originário Colla, teve 35.

Em seu discurso, Loncón mandou "uma grande saudação ao povo chileno do norte à Patagônia, do mar às montanhas, às ilhas, a todos os chilenos que nos ouvem". "Aqui estamos, obrigado pelo apoio das diferentes coalizões que deram sua confiança e colocaram seus sonhos no apelo feito pela nação Mapuche de votar em uma pessoa mapuche, uma mulher, para mudar a história deste país", disse.

"Este sonho é um sonho dos nossos antepassados. Este sonho torna-se realidade. É possível reencontrar este Chile. Estabelecer uma nova relação", declarou.

Loncón ainda lembrou do caso em que os corpos de 215 crianças foram encontrados em internato indígena no Canadá e criticou o colonialismo. "Pelo direitos das regiões, pelos direitos da Mãe Terra, pelos direitos à água, pelos direitos das mulheres, pelos direitos das crianças, quero prestar solidariedade a outros povos que sofrem. Soubemos do que aconteceu com as crianças indígenas do Canadá. É vergonhoso como o colonialismo atacou os povos originários", afirmou.

Com informações de La Tercera, Piensa Prensa e El Desconcierto

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https://twitter.com/ElisaLoncon/status/1411775747988021249