Depois de mais de um mês de espera e amplas mobilizações populares, finalmente a Justiça Eleitoral do Peru rejeitou as manobras propostas pela candidata direitista, Keiko Fujimori, e oficializou a vitória de Pedro Castillo. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) celebrou em postagem no Twitter.
O professor rural e sindicalista, de 51 anos, originário de uma das áreas andinas mais pobres do Peru, será proclamado, neste domingo (18), presidente eleito. Ele assumirá o cargo no dia 28 de julho.
Professor na província de Cajamarca, Castillo ganhou projeção nacional quando liderou a greve nacional de docentes de 2017, que paralisou as aulas por três semanas e exigiu melhores condições para profissionais de educação. Não é à toa que seu slogan eleitoral era “Palavra de Mestre” e seu símbolo, um lápis gigante.
Terceiro de nove irmãos, desde cedo conheceu a desigualdade no país andino. Começou seus estudos na Escola Rural N° 10465 e depois foi para uma unidade educacional localizada a duas horas de distância, que percorria a pé.
Resistência
Na juventude, trabalhou pela proteção de seu povo. Castillo foi parte dos grupos “ronderos” nos anos 70, que protegiam os campesinos e agricultores sem assistência do Estado no interior do país. Os ronderos também atuaram para resguardar os povos diante da escalada de violência promovida pelo Sendero Luminoso e pelas Forças Armadas nos anos 80-2000.