O governo de Jair Bolsonaro e a pandemia no Brasil virou capa da mais recente edição da revista britânica The Economist, que ilustra a reportagem sobre o tema com um Cristo Redentor usando máscara de oxigênio. O texto diz que poucos países caíram tão rápido quanto o Brasil na crise sanitária e que, se o país quer se recuperar, deve reconhecer primeiro "o que deu errado".
"Hospitais estão lotados, nas favelas ecoam tiros e há um recorde de 14,7% trabalhadores desempregados. Incrivelmente, a economia do Brasil está menor agora do que era em 2011 - e serão necessários muitos trimestres fortes, como o relatado em 1º de junho, para reparar sua reputação. O número de mortos no Brasil em Covid-19 é um dos piores do mundo. O presidente, Jair Bolsonaro, brinca que as vacinas podem transformar as pessoas em crocodilos", inicia o texto.
Sobre o presidente Jair Bolsonaro, a reportagem afirma que a "desilusão" no país abriu o caminho para a vitória do ex-militar. "Ex-capitão do Exército com uma queda pela ditadura, ele convenceu os eleitores a verem sua impropriedade política como um sinal de autenticidade. Ele prometeu expurgar políticos corruptos, reprimir o crime e turbinar a economia. Ele falhou em todas as três promessas", prossegue o texto.
"Na Covid-19, Bolsonaro apoiou comícios anti-lockdown e curas de charlatães. Ele enviou aviões carregados de hidroxicloroquina para tribos indígenas. Por seis meses ele ignorou ofertas de vacinas. Um estudo descobriu que o atraso pode ter custado 95.000 vidas", continuou.
A revista então argumenta que, salvo o impeachment de Bolsonaro, o destino do Brasil será decidido pelos eleitores em 2022. "Seus rivais deveriam oferecer soluções em vez de espalhar nostalgia. Seu sucessor herdará um país danificado e dividido", analisa.