O Poder Judicial do Peru decidiu nesta segunda-feira (21) que Keiko Fujimori, candidata derrotada nas eleições presidenciais e filha do ex-ditador Alberto Fujimori, não precisará retornar à prisão no país. O Ministério Público alegou que ela havia infringido regras estabelecidas pelas medidas cautelares impostas contra ela em razão das investigações do Caso Odebrecht.
Uma das regras impostas foi a proibição de se comunicar com testemunhas em razão do perigo de obstaculizar as investigações. Segundo o procurador José Domingo Pérez, a candidata teria infringido essa determinação durante as eleições ao se comunicar com o ex-congressista Miguel Torres, do partido Força Popular (mesmo de Keiko).
A defesa de Keiko alegou que os contatos mantidos eram públicos e não tinham a ver com as investigações.
O juiz Víctor Zúñiga não enxergou violação das cautelares e decidiu manter o mesmo regime contra ela.
Além de Torres, Keiko se reuniu com Martha Chávez, que também é testemunha no processo.
A candidata foi derrotada nas urnas pelo presidente eleito Pedro Castillo, do Peru Livre, no dia 6 de junho, mas não aceitou o resultado que garantiu a vitória ao socialista por margem apertada (0,25 ponto percentual). Sem apresentar provas concretas, a filha do ex-ditador tenta anular votos conquistados por ele e tem provocado um clima de forte instabilidade no país.