As imagens que mostram a voluntário Luna Reyes abraçando um imigrante senegalês que chegou exausto a nado ao enclave de Ceuta, cidade autônoma espanhola no norte da África, causou comoção e viralizou no mundo.
No entanto, a voluntária, que faz parte da missão da Cruz Vermelha para acolher os mais de 8 mil imigrantes que buscam fugir da fome se arriscando na travessia a nado, teve que fechar suas redes sociais devido aos ataques que vem sofrendo, em especial de simpatizantes do partido de extrema direita espanhol Vox - que tem conexões com o clã Bolsonaro no Brasil.
"Viram que o meu namorado era negro e não param de me insultar e dizer coisas horríveis e racistas de mim”, disse Luna ao canal espanhol RTVE, onde mostrou mensagens com caráter xenofóbico e sexista.
“Dar um abraço a quem pede ajuda é a coisa mais normal do mundo. Ele estava chorando, estendi-lhe a mão e ele abraçou-me. Aquele abraço foi a tábua de salvação dele”, afirmou.
Enquanto a Cruz Vermelha tenta acolher os imigrantes, soldados espanhóis que estão em Ceuta já deportaram mais de 6 mil deles de volta a seus países - a maioria é do Marrocos que vive uma crise diplomática com o país europeu.
Autoridades marroquinas estariam permitindo que migrantes cruzem a fronteira após Espanha acolher, para tratamento em um hospital, o inimigo político do Marrocos Brahim Gali.
Nas redes sociais, muitos internautas demonstram solidariedade à voluntária com a hashtag #GraciasLuna.
Veja o vídeo do momento e a repercussão nas redes com a tag de apoio à voluntária