Ainda não está totalmente definido o cenário das eleições presidenciais no Equador. Algumas coisas já estão claras: haverá um segundo turno, e ele terá a presença do economista Andrés Arauz, candidato da União Pela Esperança – coalizão criada pelo ex-presidente Rafael Correa – e o mais votado no primeiro turno, realizado neste domingo (7), com 32,2% dos votos até agora.
Apesar de faltarem pouquíssimas urnas a serem apuradas, ainda não se sabe quem será o adversário de Arauz nesse segundo turno, que está marcado para o dia 11 de abril.
No momento, com 98% das urnas processadas e 86% computadas (explicação sobre essa diferença está abaixo), o segundo colocado é o líder indígena Yaku Pérez, do movimento Pachakutik, com 19,92%. Ele tem uma vantagem muito pequena sobre o terceiro colocado, o banqueiro Guillermo Lasso, da coalizão Creo: o candidato neoliberal já reuniu 19,58% e está, portanto, 0,34% atrás.
Segundo José Cabrera, diretor do CNE (Conselho Nacional Eleitoral do Equador), em entrevista coletiva a meios locais, o processo de apuração no país ainda pode demorar dias, até se estabelecer um vencedor oficial nessa disputa.
“Ainda vai depender dos resultados das urnas que faltam, que matematicamente poderiam produzir uma reviravolta. A diferença é mínima, de alguns décimos, e obviamente a situação pode mudar. Também pode haver recursos apresentados pelas organizações políticas, que têm todo o direito de defender suas posições”, explicou o diretor.
Cabrera também explicou a polêmica entre o que o CNE considera “urnas processadas” e “urnas computadas”, de acordo com os dados apresentados pela página do organismo. Segundo o diretor, as urnas processadas são as que já foram apuradas, e a contagem atual se baseia nessa estatística. As urnas computadas, são as que foram recontadas, num processo de recontagem automática dos votos.
A página também informa, junto com o número de “urnas computadas”, a quantidade de “urnas com novidades”, ou seja, aquelas cujos resultados foram diferentes após recontagem: isso aconteceu em 13,4% dos casos, mas segundo Cabrera, essas “novidades” não alteram o resultado até o momento – apesar da pequena diferença entre Pérez e Lasso.
A imprensa equatoriana também especula que, devido ao prazo para possíveis recursos após o resultado oficial, a disputa entre Yaku Pérez e Guillermo Lasso pela vaga no segundo turno pode tardar mais que dias, talvez semanas.