Quem é Andrés Arauz, candidato da esquerda no Equador e favorito pra vencer a eleição presidencial

Jovem economista de 35 anos é ex-ministro de Rafael Correa, tem o apoio do ex-presidente e lidera as pesquisas para o pleito deste domingo, com chances de ser eleito já no primeiro turno

Andrés Arauz (foto: Télam)
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O primeiro turno das eleições presidenciais no Equador acontece neste domingo (7) e as pesquisas indicam que o candidato favorito é o economista Andrés Arauz, da coligação União Pela Esperança.

Ministro do Planejamento durante o terceiro e último mandato do ex-presidente Rafael Correa, Arauz tenta se impor como o mais jovem presidente da história do país sul-americano – ele vai completar 36 anos justamente na véspera do dia em que pode ser eleito como o novo mandatário equatoriano.

A candidatura de Andrés Arauz nasceu de uma tentativa do correísmo de reproduzir a mesma estratégia que deu certo na Argentina em 2019, com a vitória de Alberto Fernández sobre Mauricio Macri, tendo a ex-presidenta Cristina Kirchner como candidata a vice.

Originalmente, a chapa da União Pela Esperança também teria Rafael Correa como vice de Arauz, mas o ex-presidente, que se encontra em asilo político na Bélgica, foi proibido pelas autoridades eleitorais de participar do pleito, devido aos diversos processos que responde na justiça por supostos atos de corrupção – ele acusa estar sendo vítima de lawfare. Em seu lugar, foi escolhido o jornalista Carlos Rabascall.

A plataforma política de Arauz está baseada em retomar o projeto político de Rafael Correa, com promessa de desfazer as medidas neoliberais do atual presidente Lenín Moreno – que, curiosamente, também foi eleito, em 2017, com o apoio do correísmo, até por ter sido vice-presidente no primeiro mandato da esquerda no Equador, mas acabou traindo o “padrinho político” ainda no primeiro ano, e se tornou um dos seus mais ferrenhos adversários.

Arauz também garante que, se eleito presidente, irá retomar o projeto de integração regional com países como Bolívia, Venezuela e Argentina, e tentar recuperar a Unasul, organismo cuja sede em Quito foi inabilitada pelo governo de Moreno.

Segundo as pesquisas mais recentes, Andrés Arauz teria entre 36% e 39% das intenções de voto. Para ser eleito já no primeiro turno ele precisa obter mais de 40% dos votos válidos e uma vantagem de mais de 10 pontos sobre o segundo colocado.

Até o momento, o candidato mais próximo nas pesquisas é o banqueiro Guillermo Lasso, que obviamente é o representante do mercado na disputa. Ele tem entre 21% e 25% segundo as sondagens mais recentes, e luta para que exista um segundo turno na disputa, onde poderia contar com a união de todas as demais candidaturas contra o correísmo.

Mas a direita também tem outro problema: poderia ser ultrapassado pelo líder indígena Yaku Pérez, considerado um candidato de centro-esquerda, porém inimigo do correísmo, que tem entre 15% e 18% das intenções de voto, segundo as últimas pesquisas.