A próxima pandemia que vai assolar o mundo já poderia estar entre nós, e seria muito pior que a da covid-19. Se trata da candida auris, um fungo capaz de causar infecções na corrente sanguínea, e que é altamente resistente aos medicamentos antifúngicos existentes até o momento
Nesta terça-feira (2), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos publicou um alerta sobre a possibilidade de este fungo provocar um surto mundial, por sua facilidade de transmissão.
Também advertiram que, caso isso aconteça, a crise sanitária que ele provocaria teria efeitos mais relevantes que a da covid-19, devido à sua letalidade muito maior e sobretudo por sua resistência aos mais potentes medicamentos existentes até o momento.
A partir dos estudos já realizados com o candida auris, os especialistas estadunidenses o descreveram como “o patógeno quase perfeito”, pois teria o poder de se adaptar a alguns medicamentos usados contra ele.
Os cientistas afirmam que o candida auris podem provocar infecções no aparelho urinário, respiratório, no canal auditivo externo, vesícula biliar e em locais com ferimentos. Além disso, ele seria difícil de ser identificado com métodos laboratoriais comuns, o que o tornaria ainda mais perigoso, já que a detecção tardia de um caso poderia ser um fator de risco.
Os primeiros casos de infecção causados por esse fungo foram identificados em 2009, na Coreia do Sul. Desde então, já foram reportados casos de candida auris em países como Estados Unidos, México, Chile, Reino Unido, Espanha e Itália. O Brasil também está na lista de países que registraram casos – o primeiro teria sido reportado na Bahia, em dezembro de 2020.
“Não sabemos se os pacientes com infecção invasiva por candida auris têm maior probabilidade de morrer do que pacientes com outras infecções (…) muitas das pessoas que morreram devido a essas infecções também tinham outras doenças, como a diabetes, ou vinham se recuperando de tratamento para câncer, o que aumentava o risco de morte. É uma doença que ainda está sendo estudada mas é importante que a comunidade científica a considere como uma prioridade, para que tenhamos maiores certezas sobre essa patologia”, diz o comunicado do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.