A uma semana das eleições do Equador, as expectativas do movimento da Revolução Cidadã de retomar a construção de seu projeto no governo através do voto popular são as melhores. No entanto, o temor de uma possível reviravolta política - um golpe - não sai da mente dos partidários do ex-presidente Rafael Corrêa.
Nos últimos dias, ameaças de adiamento das eleições e cassação da chapa de Andrés Arauz, candidato da coligação correísta União Pela Esperança, vieram à tona enquanto o ex-ministro segue com chances de vencer a disputa ainda no primeiro turno.
Em entrevista exclusiva ao Fórum América Latina, Paola Pabón, governadora da província de Pichincha e uma das principais lideranças da Revolução Cidadã, deu suas impressões sobre o processo, relembrando a perseguição que o movimento tem sofrido.
O principal temor agora é a possível suspensão da candidatura de Arauz após o Conselho Nacional Eleitoral tomar decisões que indicam que não haverá adiamento do pleito.
"Qualquer coisa que o movimento da Revolução Cidadã faça é colocada em questão. Por isso há muita incerteza", declarou Pabón. "Estamos em um regime autoritário que utiliza todo o aparato do Estado para eliminar a Revolução Cidadã. Por isso estamos atentos a tudo", completou.
A governadora compara a situação do Equador com o golpe que sofreu Evo Morales na Bolívia em 2019, após vencer as eleições. Para Pabón, há um roteiro pronto contra projetos progressistas na América Latina e o que aconteceu na Bolívia pode sim acontecer no Equador. A governadora não usa a palavra golpe diretamente, fala em "obstrução".
Nas urnas, ela crê em um triunfo de Arauz e do movimento. "Estou convencida que seremos a primeira força na Assembleia Nacional. A sete dias das eleições posso dizer que a Revolução Cidadã será a força com maior representação", declarou Pabón.
A entrevista completa vai ao ar durante o Fórum América Latina desta segunda-feira, às 20h. O programa é apresentado pelos jornalistas Lucas Rocha e Rogério Tomaz Jr.
Assista no link abaixo: