Em um evento realizado na Bélgica, pelo Dia Internacional da Privacidade de Dados, o empresário estadunidense Tim Cook, diretor-executivo da Apple, defendeu uma maior regulação no acesso aos dados de usuários na internet.
Segundo ele, “a tecnologia não precisa de grandes quantidades de dados pessoais agrupados em dezenas de sites e aplicativos para ter sucesso”, e alertou para que, o contrário disso, o acesso das empresas a essas informações podem “levar à polarização, perda de confiança e violência (…) um dilema que pode se transformar em uma catástrofe social”.
“Quais são as consequências de priorizar as teorias da conspiração e o incitamento à violência apenas por causa das altas taxas de participação? Quais são as consequências de não apenas tolerar, mas recompensar o conteúdo que mina a confiança do público nas vacinas que salvam vidas? Quais são as consequências de ver milhares de usuários ingressando em grupos extremistas e perpetuando um algoritmo que recomenda ainda mais?”, refletiu Cook durante sua apresentação.
O empresário também afirmou que “se um negócio se baseia no engano dos usuários em termos de exploração de dados, em opções que não são assim, então ele não merece nosso elogio. Ele merece ser reformado”. Apesar de não mencionar diretamente o Facebook, essa declaração (assim como a anterior) pareceu um recado claro à plataforma desenvolvida por Mark Zuckerberg.
Ao encerrar, Cook disse outra frase que soou como uma indireta ao Facebook: “o ponto principal é que essa política faz com que você não seja mais o cliente, você agora é o produto”.