Morreu nesta quarta-feira (15), aos 69 anos, a escritora e teórica do feminismo negro Gloria Jean Watkins, conhecida como bell hooks. A notícia foi dada pela família nas redes sociais, que afirmou que hooks morreu cercada dos amigos e parentes
A escritora publicou mais de trinta livros e numerosos artigos acadêmicos, apareceu em filmes e documentários, e participou de várias palestras públicas. Sua obra é centrada na interseccionalidade de raça, capitalismo e gênero, e aquilo que ela descreve como a capacidade destes para produzir e perpetuar sistemas de opressão e dominação de classe.
Hooks tem uma perspectiva pós-moderna e influenciada pela pedagogia crítica de Paulo Freire. Em 1981, ela publicou seu primeiro livro, chamado “E eu não sou uma mulher? Mulheres negras e o feminismo”, no qual analisa o movimento feminista contemporâneo a partir do discurso de Sojourner Truth, uma mulher negra escravizada que, em 1857, já livre, apontou incongruências em uma assembleia de mulheres brancas sufragistas daquele ano.
Nas redes sociais, muitas pessoas lamentaram a morte da ativista. "O feminismo negro está de luto. A teoria critica está de luto. A filosofia está de luto. A educação está de luto. Todos aqueles que acreditam em uma sociedade sem barreiras deveriam estar de luto. Que os ancestrais te acolham bell hooks", escreveu Winnie Bueno.
A vereadora Erika Hilton saudou o trabalho de hooks. "Ela foi uma pensadora, escritora e intelectual que nos mostrou a importância dos afetos e de olhar para nosso mundo com olhar crítico", escreveu a parlamentar.