Daniel Ortega é reeleito na Nicarágua

Oposição acusa governo de "perseguição"; em comunicado, governo Biden afirma que a eleição “não foi livre” e ameaça país com sanções

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O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, foi reeleito presidente neste domingo (7) com 75% dos votos válidos. Com isso, o líder da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), vai exercer o seu quarto mandato presidencial.

A eleição presidencial na Nicarágua acontece em meio a uma série de acusações contra o governo de Ortega. A oposição acusa a gestão de "perseguir opositores", pois sete candidatos de oposição ao líder da FSLN, das mais diversas orientações ideológicas, foram presos nos últimos meses.

Entre os opositores detidos estão Félix Maradiaga, que pretendia lançar candidatura pelo partido Unidade Nacional Azul e Branco, e Victor Tinoco, ex-ministro das Relações Exteriores e membro do partido União Democrática Renovadora (Unamo).

Os opositores presos foram enquadrados na lei nº 1055 de Independência, Soberania e Autodeterminação para a Paz, que tem por objetivo punir a promoção de intervenção estrangeira. Para o governo de Ortega, os opositores presos agiam para desestabilizar a política interna do país com auxílio dos EUA.

Governo Biden ameaça com sanções

O presidente dos EUA, Joe Biden, não reconheceu o resultado da eleição e exigiu que Ortega "restabeleça a democracia" na Nicarágua.

Por meio de um comunicado, o governo estadunidense declarou que "a prisão arbitrária de quase 40 opositores desde maio - incluindo sete possíveis presidenciáveis - e o impedimento da participação de partidos políticos manipularam o resultado muito antes do dia das eleições”.

Dessa maneira, o governo de Biden considera que a eleição da Nicarágua não foi "nem livre, nem justa e, quase certamente, não democrática".

O documento do governo dos EUA também ameaça o país com sanções diplomáticas e econômicas. "Os Estados Unidos, em estreita coordenação com outros membros da comunidade internacional, usarão todos os instrumentos diplomáticos e econômicos à sua disposição para apoiar o povo da Nicarágua e responsabilizar o governo Ortega-Murillo e aqueles que facilitam seus abusos".

Copresidenta

Líder da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), Ortega está no poder desde 2007 e, para o seu quarto mandato, tem como vice a sua esposa Rosario Murillo, a quem ele chama de "copresidenta".

Desde maio, período pré-eleitoral, sete pré-candidatos à presidência foram detidos e mais de 30 opositores, entre eles, jornalistas, políticos, empresários, agricultores, estudantes e militantes que fazem oposição ao governo.

Com informações do Poder 360 e Opera Mundi