Apesar do presidente Bolsonaro não ter ido à COP26, o governo federal se faz presente de outras maneiras: pelos ministros do Meio Ambiente e a partir do lobby com o setor privado
Dessa maneira, a empresa JBS, foi apresentada nesta quarta-feira (4) na Conferência de Mudança Climática, como um caso de sucesso na descarbonização no setor de proteína animal.
Porém, a propaganda vai de encontro ao resultado das auditorias feitas pelo Ministério Público Federal no Pará, onde a empresa foi colocada no topo do ranking dos frigoríficos no estado que mantêm relações com fornecedores ligados ao desmatamento ilegal na Amazônia.
O desmatamento é o maior responsável pelas emissões de carbono do Brasil.
Segundo informações do ECOA, O evento, intitulado “Oportunidades para a pecuária brasileira na agenda global de descarbonização”, foi realizado no pavilhão brasileiro da Conferência do Clima e contou com a presença do Secretário Adjunto de Clima e Relações Internacionais do Brasil, Marcelo Freire, do CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, e do presidente da Embrapa, Celso Moretti..
A última auditoria realizada pelo Ministério Público do Pará para verificar o cumprimento do TAC (Termo de Ajuste de Conduta) da carne, revelou que, entre 2018 e 2019, a JBS foi a signatária que mais comprou gado vindo de áreas com alguma inconformidade.
Em 2019, o índice de irregularidades da empresa foi de 8,3% e, em 2018, de 19,1%. Diante de tal dados, a JBS se comprometeu a duplicar o seu sistema de auditoria dos fornecedores e destinar R$ 5 milhões ao governo paraense para melhorias dos sistemas.
Atualmente, a pecuária no Brasil representa 13% dos negócios mundiais da JBS, empresa cujo faturamento chegou a US$ 57 bilhões nos últimos 12 meses, conforme detalhou o CEO do frigorífico.
Com informações do ECOA