Um dos pensadores mais citados e reconhecidos do mundo, o educador Paulo Freire, que faria 100 anos em 2021, será homenageado com um evento sobre seu centenário na Universidade de Columbia, em Nova York (EUA).
Considerada uma das maiores universidades do mundo, a instituição promoverá um ciclo de conferências que acontecerão nos dias 1, 2, 7, 8, e 9 de dezembro.
O cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, que recentemente ganhou uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL), e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), que é professor, estão entre os conferencistas da mesa a ser realizada no dia 1 de dezembro, intitulada "Paulo Freire: 100 anos de um pensador revolucionário". O debate, mediado por Alexandre Schneider, será sobre a forma como o autor de "Pedagogia do Oprimido" influenciou a educação no Brasil e no mundo.
Além desta mesa, o evento da Universidade de Columbia contará com conferências com temas como "Paulo Freire pelo mundo", "Paulo Freire e suas ideias gerativas", "Paulo Freire nas artes e na cultura" e "Paulo Freire e seu impacto nos Estados Unidos".
Todas as conferências serão online e as inscrições, além da programação completa, podem ser conferidas neste link.
Busto na Universidade de Cambridge
Um grupo de acadêmicos britânicos da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, instalou recentemente na instituição uma escultura de bronze reproduzindo o rosto de Paulo Freire.
Inaugurado na última semana, em um dos corredores da biblioteca da Faculdade de Educação, o busto de Freire é definido pelos professores locais como um símbolo de “tolerância e diálogo” em tempos de “guerra cultural” no ambiente acadêmico. O educador é o único brasileiro a ganhar uma escultura na instituição.
A obra adquirida pela universidade foi criada pelo artista plástico Murilo Sá Toledo e é idêntica às inúmeras encomendados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para celebrar o centenário de Paulo Freire, em 2021, em assentamentos do Brasil, segundo O Globo.
No Reino Unido, a instalação da estátua foi precedida pela realização do seminário “Por que o espectro de Paulo Freire está assustando a direita brasileira?”. O tema abordou o significado político do legado do educador.
Despreparado, Bolsonaro chegou a ofender Freire o chamando de “energúmeno”
Alvo preferencial de ataques de movimentos bolsonaristas, Freire se tornou mais lido e debatido neste ano. O despreparado Bolsonaro chegou a chamar o educador de “energúmeno”.
Em outra ocasião, o presidente brasileiro ameaçou “entrar no Ministério da Educação com um lança-chamas” para destruir todos os vestígios dos ensinamentos de Freire.
Enquanto o presidente brasileiro ofende o pensador, o professor Eliott Green, da London School of Economics and Political Science, afirma que a obra “Pedagogia do oprimido” é o terceiro livro mais mencionado no mundo por pesquisadores de ciências humanas. Figura à frente, inclusive, de clássicos como “O Capital”, de Karl Marx.
Além disso, Freire foi o brasileiro mais homenageado da história, com pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América. Também recebeu o prêmio da Unesco de Educação para a Paz, em 1986.