Obsessão por fardas: Ausente durante o G20, Bolsonaro vai a homenagem a ‘pracinhas’

Presidente não fez reuniões bilaterais nem compareceu ao encerramento da cúpula, mas esteve logo cedo em cerimônia para militares brasileiros da 2ª Guerra Mundial, ao lado do extremista italiano Matteo Salvini

Imagem: TV Brasil
Escrito en GLOBAL el

Depois dos seguidos vexames durante o encontro do G20, realizado nos últimos dias em Roma, na Itália, e de sua ausência quase que total em discussões globais relevantes, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou a manhã desta terça-feira (2) para alimentar sua obsessão: ir a cerimônias militares e enaltecer o papel da caserna.

Na cidade de Pistoia, na Toscana, o presidente brasileiro, que aproveita a agenda oficial de chefe de Estado para fazer turismo com dinheiro público, acompanhado de seu séquito, do qual faz parte até o filho Carlos Bolsonaro, vereador do Rio, falou mais uma vez em “liberdade” e proferiu as já conhecidas palavras de bajulação aos militares durante uma cerimônia na qual foram homenageadas tropas brasileiras que participaram da 2ª Guerra Mundial.

"Mais importante que a nossa vida é a nossa liberdade", repetiu o presidente que insulta a imprensa e incentiva ataques violentos contra jornalistas, como no último domingo, em Roma, quando correspondentes brasileiros foram agredidos por seu corpo de guarda-costas, estimulados pela frase “É a Globo? Você não tem vergonha na cara”.

No mesmo palanque de Bolsonaro, dentro do cemitério San Rocco, que abriga o Monumento ao Soldado Desconhecido, também esteve o líder radical da extrema direita italiana Matteo Salvini, que é senador pelo partido Liga, de orientação ultrarreacionária e com forte vínculo com movimentos neofascistas.

O político local, conhecido por pregar abertamente a xenofobia, o racismo e todo tipo de discurso de ódio igualmente disse palavras doces durante seu discurso, pedindo desculpas ao presidente brasileiro “pela polêmica de poucos que dividem os povos”, numa referência aos protestos contra Bolsonaro registrados por todo território italiano, dirigindo-se ao ocupante do Palácio do Planalto como “meu amigo brasileiro”.