Guerrilha Tigré invadirá capital da Etiópia nos próximos dias, avisa governo

Forças insurgentes já estão estacionadas nos arredores de Adis Abeba e devem marchar para o confronto em breve. Comunicado emitido por autoridade pede que moradores defendam seus bairros

Foto: BDNews (Reprodução)
Escrito en GLOBAL el

O governo da Etiópia informou que tropas da Frente de Libertação do Povo Tigré, formada por um partido político da região do Tigré e por seu braço armado, que compõe a Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope, deve invadir a capital do país, Adis Abeba, nos próximos dias e clamou à população que se arme e defenda seus bairros.

"Os residentes podem se reunir em sua localidade e proteger seus arredores. Aqueles que têm armas, mas não podem tomar parte na proteção de seus arredores, são aconselhados a entregar a arma ao governo ou a seus parentes ou amigos próximos”, diz o texto.

O governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed Ali lançou uma ofensiva em novembro de 2020 contra as forças paramilitares da Frente de Libertação do Povo Tigré, na região que leva o mesmo nome e fica no extremo norte do país, após acusar os insurgentes de terem atacado uma base da Força de Defesa Nacional da Etiópia, que é o exército regular da nação africana, ainda que lideranças do movimento tenham negada a autoria da ação.

A partir daí, um conflito chamado de Guerra do Tigré teve início e os combates se espalharam e se intensificaram por outras regiões etíopes. A capital do Tigré, Mekele, passou a ser constantemente bombardeada por aviões militares a serviço de Adis Abeba, acusada de promover um banho de sangue região. O grupo guerrilheiro, então, resolveu marchar para além dos seus limites e teria chegado próximo à cidade que é o centro político etíope.

A agência internacional Reuters informa que a Frente de Libertação do Povo Tigré dominou territórios a mais de 380 km ao sul de suas posições e que de lá, provavelmente entrará em Adis Abeba, possivelmente dando o início ao capítulo mais dramático do conflito.

Um enviado dos EUA à região advertiu os rebeldes do Tigré para que fiquem distantes da capital do país e o presidente norte-americano Joe Biden anunciou que retirou a Etiópia de seu programa comercial por conta das violações aos direitos humanos imputadas às autoridades de Adis Abeba nas ações militares levadas a cabo contra a guerrilha no norte do país.