A mais recente onda de imigração para a Europa causou mais uma tragédia humanitária na noite deste sábado (13), quando oito pessoas morreram em um barco que levava 62 migrantes - todos homens - da região de Magreb, no norte da África, para as Ilhas Canárias.
Sete deles foram encontrados já sem vida no barco e um outro morreu durante o resgate a poucos quilômetros do porto de Arguineguín, cidade da costa sul da Grâ-Canária.
Outros 12 migrantes foram levados em estado grave para atendimentos em hospitais da região. Eles apresentavam quadro de hipotermia grave. Um deles teve uma parada cardiorrespiratória.
O barco foi avistado a cerca de 65 quilômetros da costa por um velerio francês, que emitiu o alerta por volta das 18h de sábado. O navio mercante Nord Mosel, que navegava pela região entrou em contato com a guarda marítima, que chegou ao local por volta das 21h30.
Ao chegar ao barco e encontrar sete migrantes mortos, a guarda marítima pediu auxílio de um helicóptero para o resgate.
Um segundo barco, com outros 36 migrantes - 34 homens, uma mulher e uma criança -, também foi resgatado.
Turquia fecha rota em meio à tensão em nova onda de migração
Em outra frente de imigração, neste sábado (12), a Turquia - importante centro de tráfego aéreo entre Oriente Médio e Europa - proibiu cidadãos de Síria, Iêmen e Iraque de comprar passagens aéreas para Bielorrússia, em uma tentativa de evitar sanções por seu papel na chegada de centenas de refugiados do Oriente Médio na fronteira oriental da União Europeia.
Desde a última segunda-feira (8), centenas de imigrantes chegaram a Belarus, na fronteira da Bielorrúsia com a Polônia. A Guarda de Fronteira polonesa registrou mais de 30.000 tentativas de cruzar a cerca de arame farpado que separa os dois países.
A União Europeia (UE) acusa Bielorrússia de organizar os deslocamentos de migrantes, entregando vistos e até fretando voos, para tentar criar uma crise migratória na Europa, em retaliação às sanções internacionais contra Alexander Lukashenko, que ameaça cortar o fornecimento de gás à Europa. A eleição dele não é reconhecida pela UE.
A maioria dos imigrantes vem do Oriente Médio, muitos são curdos, fugindo principalmente do Iraque e da Síria. A Polônia acusa a Bielorrússia de conduzir os imigrantes com cães até a fronteira. Centenas de pessoas, incluindo muitas crianças, armaram barracas e acenderam fogueiras para passar a noite em temperaturas congelantes.
O Governo polonês deslocou 15.000 militares para uma zona de segurança de três quilômetros de largura ao longo da fronteira: quase 400 quilômetros tomados por postos de controle.
A Rússia, que desde o início nega qualquer envolvimento no conflito imigratório, demonstrou seu apoio militar ao regime de Aleksandr Lukashenko nesta quarta-feira, enviando dois bombardeiros estratégicos Tu-22M3 das Forças Aeroespaciais Russas para patrulhar indefinidamente as fronteiras do território bielorrusso que se limita com os países da UE.