Embaixada do Brasil na França amanhece coberta de ossos em protesto contra Bolsonaro

Ação com o tema "Não tem pão? Coma osso" teve como objetivo denunciar a volta da fome ao país

Ossos na Embaixada do Brasil na França. Foto: Liliane Mutti/Redes Sociais
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Um novo protesto contra o governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido) ocorreu na manhã deste domingo (14), na embaixada do Brasil em Paris. Brasileiros residentes na França instalaram na fachada do prédio 25 quilos de ossos, faixas, pés de galinha e 40 panelas velhas com o tema "Não tem pão? Coma osso". O objetivo é denunciar a volta da fome ao país.

Este foi o quarto protesto em forma de instalação artística realizado pelos coletivos Alerta França Brasil/MD18 e Ubuntu Audiovisual Amigos do MST desde o início da pandemia de covid-19.

Os grupos preferem o domingo, pois é um dia em que a embaixada está fechada e o policiamento é menor, para evitar atritos. Em comunicado, os organizadores explicaram que o ato faz para a opinião pública francesa um "retrato da tragédia brasileira".

Proclamação de República

O protesto, que ocorre um dia antes da comemoração da Proclamação de República, denuncia a política sanitária, econômica e social ultraliberal do governo, que é responsável por "cinco milhões de pessoas passando fome; 19 milhões de famílias na miséria; 14 milhões de cidadãos desempregados (...) e mais de 600 mil mortos por covid".

As faixas instaladas na fachada traziam os dados dessa "situação desastrosa do país" e slogans como: ""Tá caro? Culpa do Bolsonaro"; "Não tem pão, coma osso". Nas grades do prédio, foram amarrados panelas vazias, ossos e boi e pés de galinha, que são os "alimentos que grande parte da população tem sido obrigada a consumir para não morrer de fome".

Os organizadores concluem que "não há nada a comemorar nesse 15 de novembro, Dia Nacional da República, proclamada em 1889.

Marcha contra a fome

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)Frente Povo Sem Medo e outras organizações sociais promoveram em inúmeras cidades do país, neste sábado (13), uma mobilização batizada de Marcha contra a FomeAtravés de passeatas, manifestantes denunciaram a volta da miséria no país.

Em São Paulo (SP), onde aconteceu o maior ato, manifestantes saíram da estação Paraíso do Metrô e seguiram em marcha até a Praça da Sé, no centro da capital, onde foi realizado um ato ecumênico com a presença do Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua. O líder do MTST e político do PSOL, Guilherme Boulos, também esteve presente, bem como o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP).

Com informações do BOL