Será? Ministro anuncia na COP-26 que Brasil reduzirá em 50% emissão de gases até 2030

Informação foi dada por Joaquim Leite, em Glasgow, na Escócia, mas não trouxe qualquer explicação sobre a base que servirá de parâmetro para o corte. Brasil é visto como vilão por conta da política destrutiva de Bolsonaro

Foto: Laboratório de Análises Ambientais (Reprodução)
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O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou nesta segunda-feira (1°), durante a Conferência Mundial do Clima (COP-26), realizada em Glasgow, na Escócia, que o Brasil cortará em 50% a emissão de gases poluentes até 2030. No entanto, o substituto de Ricardo Salles não explicou qual será o parâmetro adotado para se promover essa redução, tampouco de que forma isso será feito. O presidente Jair Bolsonaro não compareceu à COP-26 e preferiu ficar na Itália após o encerramento da última reunião do G20, fazendo turismo e visitando a cidade de seus antepassados, Anguillara Veneta, com dinheiro público.

Junto com o anúncio e a meta para os próximos nove anos foi dito também que o país neutralizará totalmente as emissões de carbono até 2050. O fato é que se o Brasil adotar como base a última atualização, de dezembro de 2020, ainda assim emitirá mais gases do que a meta estabelecida no Acordo de Paris, em 2015. Se o parâmetro for um mais recente, o chamado 4° inventário nacional de emissões, a redução chegará no máximo a igualar a promessa de seis anos atrás.

"Apresentamos hoje uma nova meta climática, mais ambiciosa, passando de 43% para 50% até 2030 e de neutralidade de carbono até 2050", falou o ministro do Meio Ambiente brasileiro.

O México, juntamente com o Brasil, são as duas únicas nações que compõem o G20 que estabeleceram metas de redução na emissão de gases poluentes que estão abaixo do foi prometido anteriormente no Acordo de Paris, o que representaria, caso sejam confirmadas, um retrocesso em termos ambientais.

O Observatório do Clima criticou o anúncio por considerá-lo de improviso e pouco confiável por não ter base de cálculo, afirmando que, se de fato for implementado, significariam um passo atrás em relação aos níveis prometidos na capital francesa em 2015, quando a meta seria de redução de pelo menos 80% das emissões.

"O país falhou em aumentar ambição climática, ao contrário do que alegaram Bolsonaro e Leite em suas falas”, posicionou-se o organismo que congrega diferentes agentes que atuam em questões ambientais.