O chanceler-federal da Áustria, Sebastian Kurz, renunciou ao cargo neste sábado (9). A decisão vem em meio a uma investigação que apura suposto pagamento de propina de Kurz a veículos de mídia para fazerem uma cobertura positiva de seu governo.
Segundo a Promotoria austríaca, entre 2016 e 2018, foram usados recursos do governo "para financiar pesquisas de opinião parcialmente manipuladas que serviram um interesse político exclusivamente partidário". A investigação, que veio à tona na última semana, envolve ainda outras nove pessoas ligadas a Kurz e apura prática de fraude, suborno e corrupção.
O agora ex-chanceler, que na Áustria, assim como na Alemanha, equivale ao cargo de primeiro-ministro, fez o anúncio de sua saída do cargo através de um pronunciamento transmitido na televisão. Ele afirmou que "vai dar espaço, para evitar o caos e garantir a estabilidade", e negou as acusações: "São falsas, e vou também conseguir esclarecer isso".
A renúncia de Kurz já tinha sido exigida na sexta-feira (8) pelos Verdes, partido que compõe a coalizão de governo com o Partido Popular da Áustria (ÖVP).
O ministro do Exterior, Alexander Schallenberg, foi o indicado para, a partir de agora, assumir o cargo de chanceler da Áustria. Kurz, por sua vez, deve manter atuação parlamentar durante as investigações e pode assumir a liderança de seu partido no parlamento.