O ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi às redes sociais para lamentar o papel deplorável que Jair Bolsonaro está desempenhando durante o encontro da cúpula do G-20, em Roma, na Itália.
“Toda vez que o Bolsonaro vai a uma reunião de cúpula eu lembro do 7x1”, postou Haddad.
O petista fez referência a um dos maiores vexames da história do futebol brasileiro. Durante a Copa do Mundo de futebol, em 2014, em pleno solo nacional, a seleção brasileira foi eliminada nas semifinais, ao ser massacrada pela Alemanha por 7 a 1, em Belo Horizonte (MG).
Ausência
Um dos principais vexames de Bolsonaro foi o fato de não ter ido à reunião de encerramento do G-20 com os chefes de Estado e de governo das maiores economias do planeta, em frente à Fontana de Trevi, o suntuoso monumento onde turistas jogam moedas para fazer pedidos, em Roma.
O líder de extrema direita saiu pela porta dos fundos da embaixada brasileira na Cidade Eterna, que ocupa o Palácio Pamphilj, na Piazza Navona, e é a representação diplomática mais luxuosa da Itália, o que mostra o tamanho do prestígio histórico do Brasil no campo das relações internacionais.
A saída às escondidas e a ausência no encontro com os líderes estrangeiros foi para fazer uma caminhada com aproximadamente 25 apoiadores fanáticos que se organizaram via WhatsApp para encontrar o mandatário extremista.
Após ser notícia no mundo por seu isolamento e pelos protestos generalizados de que foi alvo durante a cúpula de governantes, Jair Bolsonaro encerra sua “participação” no encontro sem ter realizado nenhuma reunião bilateral com seus homólogos estrangeiros, preferindo visitar uma loja de salames e passear pelas ruas romanas cercado por um séquito formado por guarda-costas, ministros, diplomatas e fanáticos admiradores.
Rejeição
Outra situação constrangedora: o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, encontrou Bolsonaro no sábado (30), na cerimônia de abertura do G-20, mas um detalhe chamou a atenção: ele não apertou a mão do mandatário brasileiro e manteve uma distância exagerada do chefe de estado extremista.
A atitude destoou da maneira como o político italiano recebeu outros líderes internacionais, saudados com apertos de mão esfuziantes e breves palavras, em tom cordial, com sorrisos e acenos. Draghi apertou a mão até de presidente turco, Recep Tayyip Erdongan, a quem chamou em abril de “ditador”.
Atitude cada vez mais comum em viagens no exterior, ignorar Jair Bolsonaro e evitar contato físico ou proximidade com o líder radical brasileiro tornou-se comum por parte de autoridades estrangeiras, que não gostam da ideia de ter a imagem associada a um dos governantes mais rechaçados e malvistos do mundo.