Venezuela: União Europeia deixa de reconhecer Juan Guaidó como "presidente interino"

Juan Guaidó não se reelegeu como deputado após boicotar os comícios de dezembro e agora não possui qualquer cargo representativo; mesmo assim, ele insiste em se denominar presidente

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O Alto Representante da União Europeia para Política Exterior, Josep Borrell, emitiu um comunicado nesta quarta-feira (6) sobre a situação política da Venezuela e reconheceu a posse da nova legislatura da Assembleia Nacional, eleita no pleito de dezembro de 2020, apesar de criticar o processo eleitoral. Na nota, Borrell deixa de classificar o líder opositor Juan Guaidó como "presidente interino".

Conforme noticiaram veículos como Europa Press, El Pais, Reuters, TeleSur, a mensagem traz uma mudança de postura do bloco europeu diante do líder opositor, que antes era classificado como presidente do país, mesmo sem ter sido eleito para o posto.

Apesar de classificar as eleições de dezembro como "pouco plurais" e "não democráticas", Borrell reconhece a posse da nova assembleia. A nota, no entanto, não menciona que o boicote ao pleito foi uma escolha política de parte da oposição e atribui essa falta de pluralismo ao governo de Nicolás Maduro.

Guaidó está entre os oposicionistas que decidiram pregar a abstenção no pleito. Com isso, acabou não se reelegendo para uma cadeira na Assembleia Nacional (AN) e nem mesmo esse cargo ele agora possui para se autodenominar “presidente interino da Venezuela”. Desde janeiro 2020, Guaidó não era nem mesmo o presidente da AN.

O ex-deputado chegou a lançar um plebiscito para estender seu mandato, mas obteve uma baixa votação presencial (cerca de metade da participação das eleições legislativas) e inúmeras denúncias de fraude sobre a consulta eletrônica. Nas redes sociais, viralizaram imagens mostrando que era possível votar com documentos falsos.

Segundo a Europa Press, a UE afirmou que a decisão de reconhecer ou não a vigência de uma mandato (fictício) de Guaidó cabe a cada um dos países.