Nova assembleia nacional assume na Venezuela e Guaidó fica sem cargo

Líder do setor mais agressivo da oposição não concorreu à reeleição em 2020 e perdeu sua vaga no Legislativo, que voltou a ser dominado pelo partido chavista PSUV

Assembleia Nacional da Venezuela (foto: TeleSur)
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A Assembleia Nacional da Venezuela realizou nesta terça-feira (5) a cerimônia de posse dos 277 parlamentares eleitos nas eleições legislativas de dezembro de 2020, que serão os integrantes do Poder Legislativo unicameral desse país pelos próximos 5 anos.

O líder do setor mais agressivo da oposição venezuelana, Juan Guaidó, decidiu boicotar o pleito do ano passado, que considerava “ilegítimo”, mas a maioria dos partidos de direita participou do processo.

Como não conseguiu se reeleger, Guaidó ficou sem cargo, o que enfraquece ainda mais sua estratégia de se autodenominar “presidente interino da Venezuela”, posição que se sustentava no fato de que ele era deputado e chegou a ser presidente da Assembleia Nacional em 2019.

Assim como Guaidó, os partidos mais extremistas da oposição venezuelana também boicotaram as eleições, o que permitiu ao chavismo recuperar a maioria no parlamento, que foi perdida nas eleições legislativas de 2015.

Com a posse dos novos deputados, o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) voltou a ter maioria na Assembleia Nacional, inclusive com mais de dois terços dos representantes, o que permite aprovar até mesmo projetos que requerem quórum qualificado.

Essa maioria também permitiu eleger um líder do legislativo fiel ao presidente Nicolás Maduro. Se trata de Jorge Rodríguez, que, além do mais, é irmão da vice-presidenta Delcy Rodríguez – ambos são especulados como possíveis substitutos do atual presidente para o futuro, e já são os dois primeiros nomes da linha de sucessão do país.

 Por sua parte, Guaidó tenta insistir com sua campanha de desconhecer a legitimidade da atual Assembleia Nacional, como forma de afirmar a suposta validade do seu mandato perdido.

Nesta segunda-feira (4), ele recebeu o reconhecimento do Departamento do Tesouro norte-americano, que emitiu uma licença que permite aos cidadãos do país realizar transações com a Assembleia Nacional paralela, baseada na formação de 2016, que Guaidó pretende manter em ação.

No entanto, não se sabe se tal licença, que está sendo outorgada pelo governo de Donald Trump, será mantida durante a gestão de Joe Biden, cuja posse na Casa Branca deveria acontecer no dia 20 de janeiro.

Em entrevistas, Biden vem afirmando que pretende iniciar um diálogo com presidente venezuelano Nicolás Maduro e melhorar as relações da Casa Branca com o país sul-americano.

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