Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) realizaram a primeira visita técnica ao mercado Huanan, em Wuhan, na China. Há a desconfiança de que o estabelecimento seja o ponto de partida do coronavírus.
De acordo com informações da AFP, apenas os técnicos da OMS puderam entrar. Antes de entrarem no mercado Huanan, os trabalhadores da OMS tiveram de ficar 14 dias em quarentena.
O mercado Huanan comercializava animais silvestres vivos e, por conta disso, pesquisadores acreditam que o coronavírus, que é um vírus da família Sars-Cov e comumente presente nesses animais, tenha feito o salto (entrado no corpo humano) quando um desses animais foi sacrificado para ser comercializado.
Peter Daszak, membro da comissão investigativa da OMS, utilizou as redes sociais para declara que a visita ao mercado Huanan é muito importante para tentar desvendar a origem do coronavírus.
O governo da China, por meio do Global Times, relativizou a importância da visita e afirmou que não é possível afirmar que o mercado Huanan seja o ponto de partida do coronavírus.
Outra tese que o governo da China também aponta é o fato de que "não se pode excluir a possibilidade de o coronavírus ter chegado por meio de produtos da cadeia de frio a Wuhan, ou mais especificamente, ao mercado de Huanan".
O texto publicado no portal Global Times afirma que os técnicos da OMS “enfatizaram que ainda é uma questão se existiram casos muito anteriores e se os pacientes em Wuhan foram infectados por transmissão doméstica ou de outras fontes externas de infecções. Portanto, são necessárias mais evidências antes de se chegar a qualquer conclusão simples, pois as origens do vírus podem ter ligações com outros lugares desconhecidos do mundo”.
A tese do governo chinês encontra respaldo entre pesquisadores, pois, para um vírus se tornar altamente contagioso, ele necessita passar por uma mutação que leva muito tempo, e o vírus já era altamente contagioso quando foi reportado em dezembro de 2019.