O resultado das eleições presidenciais dos Estado Unidos continua sendo alvo de polêmicas, e a mais nova delas tem a ver com uma reportagem bomba do jornal Washington Post, publicada neste domingo (3), mostrando que o presidente Donald Trump teria ligado pessoalmente para pressionar as autoridades da Geórgia para que manipulassem a apuração no estado.
Segundo a matéria, Trump teria se comunicado neste sábado (2) com Brad Raffensperger, secretário de Estado da Geórgia e membro do Partido Republicano (o mesmo do atual presidente estadunidense), para exigir que ele “encontre 11.780 votos” a seu favor, o suficiente para que fosse revertida a sua desvantagem para Joe Biden, do Partido Democrata, que venceu nesse estado e no colégio eleitoral a nível nacional, e é o presidente eleito do país até o momento.
“O povo da Geórgia está com raiva, o povo do país está com raiva. Não há nada de errado em dizer que, você sabe, que você recalculou (os resultados)”, disse Trump a Raffensperger, para convencê-lo a atuar em seu favor.
Em seguida, Trump elevou o tom das ameaças, dizendo que “de forma alguma eu perdi na Geórgia (…) nós ganhamos por centenas de milhares de votos (…) você (Raffensperger) não pode deixar isso acontecer. Isso é um grande risco para você e Ryan (Germany, advogado de Raffensperger)”.
A matéria também mostra que o secretário republicano não se deixou pressionar e contestou a versão de Trump de que os dados sobre a votação estariam equivocados.
Vale lembrar que a Geórgia já realizou duas recontagens de votos, que terminaram com o mesmo resultado: vitória de Joe Biden. A derrota nesse estado, considerado reduto tradicional do Partido Republicano, foi uma das grandes responsáveis por frustrar os planos de Trump de se reeleger como presidente dos Estados Unidos.
O magnata e seus aliados vêm reforçando a ofensiva para buscar uma reviravolta nestes próximos dias, pois se aproxima cada vez mais a sessão do Congresso que oficializará os resultados do colégio eleitoral – está marcada para a próxima quarta-feira (6). Caso isso aconteça, a vitória de Biden se tornará irreversível, e Donald Trump terá que deixar a Casa Branca no dia 20 de janeiro.